Ironizando as acusações que lhe tem sido imputadas, de que os cerca de R$ 7,7 milhões que teriam sido repassados por Joseph Blatter seriam fruto de um esquema corrupto, o francês Michel Platini, afastado da presidência da Uefa, admitiu em coletiva em Dubai, no Catar, que pagou impostos à receita ao receber a quantia.
Suspenso ao lado de Blatter desde o início de outubro, investigado pela Justiça suíça e pelo Comitê de Ética da Fifa, Platini voltou a sinalizar certa injustiça em seu julgamento após recurso negado em duas oportunidades.
“Foi publicado que o dinheiro me foi pago nove anos depois, por ser aliado de Blatter, e que sou um corrupto. Acho que sou o primeiro corrupto que paga impostos sobre o dinheiro de corrupção. Ou seja, sou um idiota”, declarou em tom de piada.
A transação escusa entre Blatter e Platini, desvendada no início do segundo semestre, foi a gota d’água para envolver, de forma definitiva, os dirigentes como réus na investigação. O francês, no entanto, segue certo de que não tem nenhuma pendência legal e seguirá na tentativa de provar sua inocência.
“Tive um primeiro contato com Blatter para trabalhar com ele depois da Copa de 1998” disse o jogador, que participou do Comitê Organizador daquele Mundial. “O acordo previa um pagamento, mas ele disse que só poderia me dar 300 mil euros, não o milhão combinado, imediatamente. Dez dias depois recebi o dinheiro e paguei os impostos devidos”, acrescentou.
