Legisladores dos EUA se preocupam com segurança de atletas nos Jogos de Inverno
Por AFP
01/02/2022 às 10:49
São Paulo, SP
"Vários eventos recentes levantaram preocupações sobre a segurança dos atletas que, em nossa opinião, exigem uma reação urgente", afirmou um grupo parlamentar especializado sobre a China, formado por membros de ambos os partidos políticos americanos.
Os congressistas dizem estar consternados com as palavras de um funcionário da organização dos Jogos Olímpicos, Yang Shu, segundo o qual qualquer "discurso contrário ao espírito olímpico" e "às leis e regulamentos chineses" estaria "sujeito a certas sanções".
"Ser cidadão americano não constitui, por si só, proteção contra o tratamento preconceituoso do governo chinês", alertam na carta.
Eles também apontam para o aplicativo MY2022 que todos os participantes dos Jogos de Inverno de Pequim (4 a 20 de fevereiro) devem baixar e usar, cujas falhas de segurança identificadas pelo Citizen Lab aumentaram os temores de ataques a dados pessoais.
A comissão organizadora dos Jogos garantiu à AFP que as falhas no aplicativo "já foram corrigidas".
Mas vários comitês olímpicos ocidentais aconselharam seus atletas a usar smartphones ou e-mails substitutos durante os Jogos.
Este grupo de legisladores, presidido pelos democratas Jeff Merkley e James McGovern, finalmente insta o Comitê Olímpico dos Estados Unidos a "proteger" os atletas deste país de produtos fabricados em Xinjiang "através do trabalho forçado".
Os Estados Unidos anunciaram no início de dezembro um boicote diplomático aos Jogos devido a violações de direitos humanos que acusam a China de cometer contra a minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang.
Em meados de dezembro, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos já havia anunciado que informaria antecipadamente a delegação americana, composta por 222 atletas, da legislação chinesa e os prepararia para viver "como nenhum outro" esses Jogos Olímpicos.
Questionada se o presidente dos Estados Unidos era a favor de atletas fazerem declarações políticas durante os Jogos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo Biden "expressou apoio à liberdade de expressão".