Com 15 anos e 1,92m, Izabel Varejão acompanhou atentamente a exibição da tocha olímpica dos Jogos 2016, realizada nesta segunda-feira. Selecionada pelo Bradesco para participar do evento ao lado de quatro medalhistas pan-americanos em Osasco, a sobrinha dos irmãos Anderson e Sandro Varejão se disse animada.
Izabel passou a praticar basquete influenciada pelos tios e atualmente joga como pivô. Ao lado de outras jovens que atuam nos times mantidos pelo banco em Osasco, ela participou da apresentação da tocha olímpica, dividindo espaço com Vitor Benite (basquete), Charles Chibana e Maria Suelen Altheman (ambos judocas), medalhistas no recente Pan de Toronto.
“Foi muito bom estar no meio de pessoas que já passaram pelo que estamos passando agora. Esse momento de crescer no esporte é muito difícil. Saber que eles viveram isso e conseguiram coisas importantes, como a medalha no Pan, é animador”, disse, fascinada pela tocha olímpica. “É uma experiência única vê-la de perto”, resumiu.
Em preparação para a Copa América, a Seleção Brasileira principal, comandada pelo técnico Luiz Augusto Zanon, tem apenas duas atletas mais altas que a jovem Izabel. As pivôs Nádia Colhado (1,94m e 26 anos) e Kelly Santos (1,93m e 35 anos) são as únicas a superar a sobrinha de Varejão.
“Olha, não é uma coisa fácil ser convocada para a Seleção Brasileira adulta”, diz a garota de 15 anos, tímida, com frases curtas e as mãos nos bolsos da calça. “Mas toda atleta sonha disputar as Olimpíadas e alcançar um patamar realmente grande”, completou.
Em 2015, Izabel foi convocada para defender a Seleção Brasileira sub-16 na disputa da Copa América do México. Derrotado pelo Canadá na prorrogação por apenas um ponto de diferença, o time nacional se classificou para o Mundial da categoria, a ser disputado em 2016.
Izabel espera participar do torneio na próxima temporada e sorri ao comentar a renovação promovida por Zanon na Seleção principal durante os últimos anos. “É bem legal saber que várias meninas novas estão recebendo oportunidades na equipe”, declarou.
Sandro Varejão defendeu a Seleção Brasileira e foi seguido por Anderson, seu irmão mais novo, convocado para os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e atual vice-campeão da NBA, pelo Cleveland Cavaliers. Experientes, os tios procuram manter contato com a sobrinha, filha de uma irmã.
“Sempre que podem, eles conversam comigo. Mandam mensagens e ficam próximos. O sobrenome Varejão já foi mais complicado para mim. Sempre falavam que eu conseguia as coisas pelo sobrenome, mas agora as pessoas estão começando a me valorizar pelo meu trabalho”, contou.
Izabel praticou outros esportes antes de adotar o basquete, mas não conseguiu fugir da sina familiar. Ainda criança, ela chegou a visitar o ginásio do Cleveland, franquia defendida pelo tio na NBA, e chegou a bater bola na quadra. Em breve, espera retornar aos Estados Unidos.
“É um sonho sair do Brasil e jogar na WNBA”, projetou, pensando em seguir o caminho traçado por brasileiras como Janeth, Iziane e Érika, entre outras. Uma das possibilidades cogitadas por Izabel é conciliar estudos e basquete nos Estados Unidos.
