O clube criticou o fato de ter recurso negado para que fosse liberado o acesso de mulheres, crianças e pessoas com deficiência na partida contra o Grêmio, neste domingo. Além disso, citou que o estádio está autorizado pela Justiça Desportiva, mas interditado pela Justiça Estadual, "sem prazo para reabertura, mesmo com incidentes mais graves tendo sido registrados em outras praças esportivas".
O documento, publicado por meio das redes sociais do clube, afirma que São Januário e as comunidades localizadas no seu entorno vêm sendo alvo de "ataques preconceituosos e elitistas".
O Vasco da Gama SAF e o Club de Regatas Vasco da Gama vêm a público manifestar sua contrariedade com a decisão da Justiça, proferida ontem, 4/8, que mantém o Estádio de São Januário interditado para jogos com público.
Ao não ter sido acatado o recurso de que, ao menos, fosse… pic.twitter.com/J8Zo6YqKln
— Vasco da Gama (@VascodaGama) August 5, 2023
Ademais, o Vasco declara que prejuízos, desportivos e econômicos, impostos ao clube e às comunidades localizadas no seu entorno são incalculáveis. Por isso, garantiu que a decisão por manter a interdição do estádio "merece o repúdio de todos os desportistas e da sociedade".
Por fim, o Cruzmaltino roga ao Poder Judiciário e ao Ministério Público que a situação seja resolvida "de maneira célere, a bem da justiça e da preservação dos direitos dos torcedores do Vasco da Gama e dos moradores do entorno de seu estádio".
Portanto, ainda sem a presença de público, o Vasco recebe o Grêmio, às 16 horas (de Brasília) deste domingo, em São Januário, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com apenas nove pontos somados, o Gigante da Colina amarga a lanterna do Nacional, sete unidades de distância para o primeiro time fora do Z4.
Confira a íntegra da nota publicada pelo Vasco:
"O Vasco da Gama SAF e o Club de Regatas Vasco da Gama vêm a público manifestar sua contrariedade com a decisão da Justiça, proferida ontem, 4/8, que mantém o Estádio de São Januário interditado para jogos com público.
Ao não ter sido acatado o recurso de que, ao menos, fosse liberado o acesso de mulheres, crianças e pessoas com deficiência na partida Vasco x Grêmio, a ser disputada neste domingo, o Vasco da Gama encontra-se numa condição inaceitável e sui generis: seu estádio é o primeiro no Brasil a ser impedido de realizar partida nestas características (apenas com mulheres, crianças e pessoas com deficiência) e é hoje o único clube da Série A com estádio liberado pela Justiça Desportiva e interditado pela Justiça Estadual, sem prazo para reabertura, mesmo com incidentes mais graves tendo sido registrados em outras praças esportivas.
Desde que ocorreram os lamentáveis incidentes na partida Vasco x Goiás, em junho passado, o Estádio de São Januário e as comunidades localizadas no seu entorno vem sendo alvo de ataques preconceituosos e elitistas. Nosso estádio está sim, e com muito orgulho, localizado na Barreira do Vasco e próximo do Morro do Tuiutí e da comunidade do Arará e isso não gera violência ou traz insegurança para o público. Ao contrário, é notório que a Barreira do Vasco oferece o melhor e mais autêntico pré-jogo do Brasil, que atrai torcedores de todo o país.
Ao longo de sua quase centenária história, São Januário recebeu os mais importantes jogos do futebol brasileiro e sul-americano. Seu histórico de incidentes é igual ou menor que o da maioria dos estádios brasileiros. O último registro grave havia ocorrido em 2017, há mais de 6 anos. Querer manter fechado um dos mais tradicionais estádios do país, que dispõe de todas as licenças e autorizações exigidas pelo Poder Público, de laudos favoráveis de especialistas de notório saber, e conta com todos os dispositivos necessários para garantir a segurança de seus frequentadores, merece o repúdio de todos os desportistas e da sociedade.
Os prejuízos, desportivos e econômicos, impostos ao Vasco da Gama e às comunidades localizadas no seu entorno são incalculáveis. Rogamos ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, de quem o Vasco da Gama sempre foi parceiro, que a presente interdição do Estádio de São Januário possa ser resolvida de maneira célere, a bem da justiça e da preservação dos direitos dos torcedores do Vasco da Gama e dos moradores do entorno de seu estádio. O CRVG estará ao lado da Vasco da Gama SAF na busca de uma solução através dos meios legais e institucionais cabíveis".