Gazeta Esportiva

Leco abre contas do São Paulo e aponta reviravolta na política do clube

LECO COMPLETA UM ANO NA PRESIDÊNCIA DO TRICOLOR: Leco, 77 anos, foi eleito pelo Conselho Deliberativo do clube. (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Há exato um ano Carlos Augusto de Barros e Silva sentava pela primeira vez na cadeira da presidência do São Paulo. Apesar do pouco tempo, a gestão de Leco pode dizer que tem consigo atingir seu principal objetivo: Colocar as finanças do clube em dia. O cenário, antes desfavorável, já começa a entrar nos eixos e cria um clima de otimismo para 2017. Os gastos diminuíram, novas receitas entraram e a expectativa é de um elenco mais qualificado, com a chegada de reforços de peso no próximo ano.

Para comemorar o aniversário da gestão, Leco resolveu abrir alguns números à imprensa que, no fundo, servem também para apontar as principais falhas de seu antecessor, Carlos Miguel Aidar, que acabou renunciando ao cargo sob acusações de corrupção.

Contas
Com a política de contensão de despesas, investimentos pontuais e apoio do marketing, o São Paulo conseguiu diminuir sua dívida total em 28% entre dezembro de 2015 e setembro de 2016. O valor era de R$ 170 milhões e hoje é de R$ 124 milhões, além de R$ 77 milhões que estão parcelados em 240 meses pela Profut. Essas parcelas de cerca de R$ 350 mil são pagas com o dinheiro que entra por meio da Timemania.

A dívida bancária do clube também caiu de R$ 91 milhões para R$ 52 milhões. Mas, a principal conquista nesse aspecto foi ter conseguido alongar esses pagamentos em até cinco anos. Os novos acordos proporcionaram ao Tricolor deixar de gastar R$ 14 milhões por mês com amortizações para desembolsar R$ 5 milhões mensalmente.

Toda essa gerência das contas é feita por Adilson Martins, mas também não teria êxito sem o trabalho de Vinicius Pinotti, responsável por liderar a equipe de marketing do clube, que conseguiu R$ 33 milhões em contratos com cinco empresas que estampam seus nomes na camisa são-paulina, além de permutas, novas concessões de áreas do Morumbi e ajustes no plano de sócio-torcedor. Antes, a receita desse quesito era zero.

Outro ponto que a gestão de Leco conseguiu mudar é a retenção sobre os valores de vendas de jogadores. Se na gestão de Aidar o São Paulo ficou com R$ 56,6 milhões referentes a sete saídas que geraram ao clube R$ 103,9 milhões, nesse novo momento o clube recebeu R$ 80 milhões com com seis vendas que somaram R$ 105,2 milhões, com a peculiaridade de que o único titular a deixar a equipe foi Paulo Henrique Ganso.

Feitos
Leco também faz questão de citar a obra do gramado do Morumbi, as liberações de todas as licenças para o uso do estádio e a auditoria independente feita para saber a real situação financeira do clube como grandes feitos de sua autoria. Mas, fala mesmo com orgulho enaltecido da reforma estatutária, que segue seus trâmites e deve ser concluída em dezembro, do rompimento com torcidas organizadas, que findou as ajudas com ingressos, transportes e verbas para desfiles de carnaval, por exemplo, e principalmente do fato de cumprir com o pagamento de R$ 4,5 milhões da folha salarial dos atletas em dia, sendo que o compromisso era atrasado em até três meses anteriormente.

Eleição
É com essas ‘armas’ que Calos Augusto de Barros e Silva espera convencer os eleitores do São Paulo a lhe darem mais três anos de mandato na eleição presidencial de abril. Apesar de ter assumido o cargo interinamente por ser o presidente do Conselho Deliberativo à época da renúncia de Aidar e, posteriormente, ser eleito com 138 dos 193 votos válidos, Leco sabe que terá de encarar uma ferrenha disputa política no próximo pleito, já que a oposição do São Paulo talvez nunca tenha divergido com tanta força de quem está no comando. Para Leco, essa reação é motivada pelo afastamento de algumas pessoas que não se conformam por estarem de fora da diretoria e não terem seus anseios atendidos.

Time
Independente se vencer ou não a eleição de abril, Leco garante que o São Paulo tem tudo para esquecer 2016, ano em que teve de brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, para voltar a lutar por títulos em 2017. E, para isso, o caixa controlado e equilibrado será fundamental. O plano de Leco é manter Marco Aurélio Cunha trabalhando ao lado de José Jacobson para fazer contratações pontuais, mas, que causem impacto, como Nilmar, por exemplo, que já tem negociação em curso.

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