Conselho do Santos reprova (de novo) as contas de Modesto em 2017 - Gazeta Esportiva
Conselho do Santos reprova (de novo) as contas de Modesto em 2017

Conselho do Santos reprova (de novo) as contas de Modesto em 2017

Gazeta Esportiva

Por Correspondente Lucas Musetti Perazolli

14/08/2018 às 22:20

Santos, SP

Conselho do Santos volta a reprovar as contas do ex-presidente Modesto Roma (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos FC)


O Conselho Deliberativo do Santos voltou a reprovar as contas do ex-presidente Modesto Roma em 2017, em reunião na noite desta terça-feira, na Vila Belmiro.

O Conselho já havia reprovado, em março, mas Modesto enviou alguns novos dados, refez a argumentação, e a decisão foi mantida por unanimidade.

A Comissão de Inquérito e Sindicância irá analisar as contas para definir se houve irregularidades suficientes para suspender ou até expulsar o ex-presidente do Conselho. Veja os motivos levantados para sugerir a reprovação das contas de Modesto:

Endividamento

O limite de endividamento, de acordo com o Estatuto, não pode ultrapassar 10% da receita orçada. O endividamento em 2017 foi de quase R$ 50 milhões, equivalente a 15,57%, mais do que o permitido.

Relação com empresários

Alguns contratos suspeitos foram encaminhados aos conselheiros. Há a reclamação sobre Giuliano Bertolucci, que, ao mesmo tempo, detinha direitos econômicos de jogadores e financiava empréstimos com garantias nos próprios direitos de atletas.

Luiz Taveira também foi citado. No primeiro semestre de 2017, o Conselho Fiscal sugeriu o fim de pagamentos ao empresário. A recomendação não foi seguida e o agente recebeu cerca de R$ 440 mil entre agosto e outubro por intermediações.

Negociações perigosas

Thiago Maia foi vendido por 14 milhões de euros ao Lille-FRA. O Santos ficaria com 70% (9,8 milhões), mas não pagou os 30% restantes aos intermediários. A dívida de R$ 14,5 milhões foi lançada no relatório.

E em dezembro, o Santos comprou 10% dos direitos econômicos de Alison por R$ 800 mil em quatro parcelas entre 2018 e 2019. A divisão do volante era 70% para o Peixe, 20% para o Unique e 10% para o jogador. O problema é que no acordo com o empresário Giuliano Bertolucci, a Unique é "esquecida" e o alvinegro aparece com 100%. Outra falha foi ter negociado direitos nos três meses finais do mandato, o que é proibido pelo estatuto.

Folha de funcionários

O Conselho registrou variações entre a quantidade de funcionários e os valores em salários. Além disso, no elenco profissional, por exemplo, a folha foi de 4,8 milhões para R$ 6,9 milhões entre 30/11/2016 e 30/11/2017.

Processos

Em dezembro de 2017, o Santos respondia a 99 processos - 56 trabalhistas e 43 cíveis, com uma avaliação de perda de R$ 15 milhões em ativos.

Material esportivo

O Santos teve receita de cerca de R$ 2,5 milhões com os uniformes, bem menos do que a previsão de R$ 7,7 milhões. Oito mil kits de vestuário infantil não foram entregues ao clube.

Dívida com impostos

Conforme a Gazeta Esportiva publicou com exclusividade, o Conselho Fiscal documentou atrasos no pagamento de impostos em cerca de R$ 20 milhões. A retenção poderia caracterizar crime de apropriação indébita.

Acordo com a Doyen

O relatório confirma o acordo feito por Modesto Roma com a Doyen Sports, empresa de investimento em futebol. O valor foi de cerca de 20 milhões de euros. Há duas parcelas de cinco milhões de euros para setembro de 2018 e de 2019. Em caso de atraso, a multa é de 10 milhões de euros. O Peixe ainda autorizou o fundo a representar o clube em transferências de atletas na Europa até 31 de dezembro de 2019.

Antecipação de receitas e empréstimo

No ano passado, o Santos antecipou aproximadamente R$ 10 milhões em valores do Campeonato Paulista de 2018. E em dezembro, com anuência de José Carlos Peres e Orlando Rollo, o Peixe fez um empréstimo de R$ 5 milhões junto ao Banco Itaú, a ser pago em 12 parcelas, com garantia de créditos futuros da Globosat.

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