Conselho do Santos aprova modelo financeiro para captar recursos de associados - Gazeta Esportiva
Conselho do Santos aprova modelo financeiro para captar recursos de associados

Conselho do Santos aprova modelo financeiro para captar recursos de associados

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

10/06/2021 às 21:28

Santos, SP

O Conselho Deliberativo do Santos aprovou, em reunião na noite desta quinta-feira, o projeto de funding proposto pelo presidente Andres Rueda.

O Peixe apresentou um modelo financeiro para empréstimo bancário, com parecer favorável da Comissão de Estatuto. O objetivo é captar recursos financeiros para resolver dívidas urgentes de curto prazo.

Rueda convenceu empresários santistas a ajudar em uma espécie de linha de crédito para o Alvinegro por meio de um banco. Esses associados aplicarão determinado valor numa instituição em troca de um rendimento igual ou até maior. E a instituição fará um "crédito especial" ao Santos com juros baixos.

Dessa forma, o Peixe terá capacidade de pagar na frente pelo empréstimo e o banco terá a segurança de receber pois o dinheiro na "poupança" é do associado do clube. O aporte não está confirmado, mas calcula-se a necessidade de R$ 70 milhões.

Urgências


O Santos quis esse funding para quitar dívidas menores e evitar atrasos para não ser multado. A intenção é ter um fluxo de caixa imediato para não ficar refém no dia a dia e poder arcar com os salários.

Outros débitos, porém, causam maior preocupação e podem não ser resolvidos apenas por meio dessa linha de crédito: Doyen Sports, Krasnodar (RUS) e Barcelona (ESP).

O Peixe não pagou a última parcela de 5 milhões de euros (R$ 32 mi) para a Doyen em setembro de 2019, ainda com José Carlos Peres. O calote rendeu uma multa de 10 milhões de euros (R$ 64 mi) prevista no acordo de Modesto Roma. O débito total é de cerca de R$ 100 milhões.

A Doyen bloqueia as contas do Santos e recebe qualquer novo valor imediatamente. Ou seja, o dinheiro da venda de determinado jogador iria diretamente para a empresa de Malta.

Sobre Cueva, o Santos de Peres não pagou a primeira parcela da chegada do peruano, no valor de R$ 8 milhões. O total pelo meia foi acertado em 7 milhões de dólares (R$ 26 mi) em quatro pagamentos anuais.

Surpreendido pela ida de Cueva ao Pachuca (MEX), o Santos levou o caso para a Fifa, mesma coisa que o Krasnodar fez por não receber do Peixe. O Pachuca foi condenado a pagar R$ 37,6 milhões ao Santos, recorreu e o tema se arrasta nos tribunais. O Krasnodar, alheio a isso, manteve a queixa que pode gerar nova punição ao Alvinegro.

Depois do Pachuca, Christian Cueva foi para o Malatyaspor, da Turquia, e agora está no Al-Fateh, da Arábia Saudita. O Santos teme que a decisão a favor do Krasnodar saia antes da punição aos mexicanos e busca um acordo antecipado. O Peixe poderia ficar sem contratar e até perder pontos no Campeonato Brasileiro a partir da próxima janela de transferências, em agosto.

Por fim, o Santos precisa se resolver com o Barcelona. O Peixe tem que pagar 3 milhões de euros (R$ 19,2 mi) ao clube espanhol por não respeitar a prioridade por Gabriel Barbosa, hoje no Flamengo. Na venda de Neymar, o Alvinegro cedeu a preferência e não notificou os catalães antes da negociação com a Internazionale em 2016.

O Barcelona devia 4,5 milhões de euros (R$ 29 mi) ao Santos por não realizar o amistoso combinado na venda de Neymar. O Peixe, porém, perdeu o prazo para judicializar. Com o amistoso "caducado", o Alvinegro perdeu a chance de trocar uma dívida pela outra. Esse caso também está na Fifa.

O Santos tenta evitar novas punições na federação internacional para não ser novamente proibido de registrar atletas ou até perder pontos no Campeonato Brasileiro.

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