Conheça as principais propostas de Fernando Silva, candidato da Chapa 1 na eleição do Santos - Gazeta Esportiva
Conheça as principais propostas de Fernando Silva, candidato da Chapa 1 na eleição do Santos

Conheça as principais propostas de Fernando Silva, candidato da Chapa 1 na eleição do Santos

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

06/12/2020 às 21:10 • Atualizado: 06/12/2020 às 22:57

Santos, SP

Fernando Silva é o candidato da Chapa 1, "O Santos pode mais", na eleição marcada para 12 de dezembro. O conselheiro tem 64 anos e é engenheiro e empresário.

TV Gazeta e gazetaesportiva.com entrevistaram todos os candidatos do Peixe. As perguntas foram as mesmas e o vídeo pode ser assistido na integra abaixo.


Abaixo, leia as perguntas e respostas:


Quais são os principais projetos para o departamento de futebol profissional do Santos?

A gente fala do futebol integrado. Captação, formação e transição. Tudo no mesmo lugar, com masculino, feminino e base. Em todos temos problemas claros. Captação está comprometida, estamos acelerando formação e transição nem se fala. Sub-23, que seria esse polimento... Jogador não amadurece na mesma época, são vários exemplos. Perdemos jogadores por não respeitar amadurecimento. Sub-23 é para ter 80% da base. Outro índice é que tempo médio de jogador da base é 6,6 anos, contra 3,1 dos concorrentes. Não estamos reciclando. Nossa geração está acabando. Nós, como vendemos gestão, vamos trazer Luiz Fernando Moraes. Fez projeto em 2010 e 2011 e frutos terminam agora, se encerrando com Rodrygo, o último raio. Queremos integrar o futebol e dar atenção nessas três áreas.

Quais são as principais ideias para categorias de base e futebol feminino?

Perdemos a competitividade no mercado. Em 2010 recebíamos jogadores, peneiras fora da Vila Belmiro, Projeto Nave, relacionamento com quem enviava jogadores. Bate com pilar da credibilidade. Santos não tem e não recebe jogador. Santos quer dar chapéu, tem empresário de plantão. Santos perdeu a captação. Se o Neymar jogasse na praia do José Menino, não iria para o Santos, iria para rivais com maior captação. Estamos obsoletos na estrutura física. A gente já entra sabendo o que fazer, mesmo sem poder resolver de um dia para outro. Pegamos terra arrasada em 2010 e sabemos o que fazer e como fazer. É uma vantagem competitiva da nossa chapa.

O que fazer para sanar as dívidas do Santos a curto prazo?

Tem várias coisas. É engraçado... Participei de eleição em 2001 e queriam saber quem seria reforço. Em 2014 falavam do patrocinador máster. Agora a participação é como pagar a dívida, sócio virou economista preocupado com a dívida. Não tem segredo, é reequacionar a dívida, com orçamento adequado. Que considere as receitas recorrentes e depois as despesas, sem gastar mais do que se recebe. Depois readequar perfil da dívida. Volta a credibilidade. Vendendo credibilidade, a dívida pode ser alongada e juros reduzidos. Sabem do superávit primário e da equação da dívida. Somos contra o que fizemos em 10 anos. Nós lutamos contra os milionários de plantão. E não queremos isso. Santos tem que ser autossuficiente, orçamento condizente e operacionalizado. Um dos profissionais mais capacitados do mercado é Cesar Grafietti, que está com a gente. 10 anos de estudo de reequação da dívida, contratado pela CBF para implantar o fair-play financeiro. Cesar vai liderar essa equipe de pagamento de dívida.




Eu queria que você comentasse sobre a Vila Belmiro, projeto de arena e os centros de treinamento. Qual é o futuro do Santos em termos de estrutura?

Votamos a favor do projeto de arena. Cavalo passou selado e Santos nunca se colocou nessa posição. É um projeto sério (WTorre), com curva de aprendizado. Vamos ser protagonistas porque fomos do mercado de entretenimento por 10 anos, conhecemos players e atores do mercado. Eles têm business plan, cabe a nós negociar a melhor taxa, desconto e percentual de receita. Temos capacidade porque temos pessoas que já fizeram e estarão à frente das áreas. Sobre os CTs, temos que recapacitá-los. Conversamos com três prefeitos da Baixada Santista. Tem muito centro de treinamento e clubes sem uso na Baixada, prefeituras não conseguem arcar. Temos algumas possibilidades para CTs integrados do profissional, feminino e base. CT se faz com renúncia fiscal. E para isso tem que pagar imposto. Dinheiro que vier fora da receita recorrente vai primeiro para dívida, segundo para investimento em fábrica de talentos e terceiro para operação do clube. Dinheiro que não é de receita recorrente vem marcado. Dinheiro do Rodrygo viria para dívida, base e operacional.

Você pode resumir sua trajetória profissional e também a experiência no próprio Santos?

Sou engenheiro química pela Mackenzie, especialização em administração de empresas. Em 1998, estive em Harvard por um ano. Trabalhei 20 anos no Grupo Suzano, de trainee até diretor. E em 10 anos no entretenimento e tickets como Ingresso Fácil e Ticket Master. Fui para empresa nossa, Crown Investimento. Operávamos retrofit de iluminação a led e reuso de água. Fundei uma startup há dois anos e meio, a PWTECH. Uma das startups mais importantes do mercado. Ganhamos vários prêmios. Fornecemos para ONU e empresas de ponta equipamento que transforma água contaminada em água potável. Estamos crescendo no ramo de saúde e saneamento. No Santos sou sócio remido há 40 anos. Entrei na vida política em 2001 quando a bola do Ricardinho não entra. Formei grupo de amigos contra Marcelo Teixeira em três meses. Demos calor que Alemão até hoje não esquece a corrida para fazer votos e ganhar eleição. Não iríamos ganhar nunca, mas fizemos 45% dos votos. Não havia proporcionalidade no Conselho, depois veio um novo estatuto com Marcelo Teixeira e inibiu a vinda de novos sócios. Sócio só ia votar depois de três anos. E candidato à presidência com dois Conselho Deliberativo nas costas. Lutamos 10 anos contra o Marcelo e em 2009 ganhamos a eleição por meio do Luís Álvaro. Mostramos projeto de gestão, competência, sorte, e melhor resultado esportivo depois do Pelé. Receita de R$ 60 para R$ 200 milhões. Primeiro projeto de carreira para um jogador de futebol, com a permanência do Neymar. Em 2014 fui candidato, temos bom desempenho no primeiro sábado, achamos que ganhamos a eleição. Mas o presidente Paulo Schiff anulou a eleição por causa de um voto ilegal na urna 3. Sem voto à distância, pessoal não conseguiu comparecer no outro sábado, por compromissos. Nosso voto vinha muito fora de Santos. Em 2017 tento uma união contra o Modesto Roma, o que de pior já havia acontecido na nossa visão e não sou candidato. Peres ganha. E nem no pior pesadelo eu imaginei que faria o que fez. E estamos nesse processo de três gestões seguidas ruins. Dois candidatos expulsos e um a caminho de ser. E as contas são reflexo disso.



O Santos tem uma enorme dívida e não remunera seu presidente e Comitê de Gestão. Por que o senhor é candidato? E como aliar o dia a dia do Santos com a sua profissão?

Tem gente que fala são muitos candidatos, deve ser interessante ser presidente do Santos. Antes de tudo tem a paixão, a retribuição. Maiores alegrias da minha vida devo ao Santos. Quero ajudar a mudar. Meu grupo político fala que é a mesma coisa em 2000 e 2001. Nos juntar e você liderar, com gestão profissional. Falei que só iria com acordo político. Já fiz com todos e cheguei à conclusão que não dá certo. Lidero grupo homogêneo, que não depende do Fernando. Pelo menos 20 pessoas no projeto. Situação requer ajuda todos. Conselho de Gestão técnico, cada um em um espelho de atividade. Fizemos em 2010 e deu certo. A gente volta a dar caráter técnico ao Conselho Administrativo. Volto para assegurar que meu neto tenha time para torcer. Lutamos pela sobrevivência do clube que amamos. PWTECH vive momento feliz, e eu posso agregar em contatos. Fazer relacionamento com entidades de governo e privadas, banco de investimento, BID, Banco Mundial, grandes patrocinadores da empresa. Equipe funciona e eu entro na parte de captação de negócios e rodadas financeiras estando no Conselho. Saiu do principal investidor, o Fernando, e agora é um fundo de investimentos.

Como conciliar a busca por títulos com a diminuição das dívidas? É momento de fazer algo semelhante ao Flamengo do Bandeira e focar na parte financeira?

Nós não contratamos nenhum jogador, usamos criatividade com exceção ao Robinho, que veio com pagamento estruturado. Apostamos muito. E temos condição de apostar mais, com mais informações que em 2010 ou 2011. Chance de erro menor. Passamos pelo lado de dentro, e alerto sobre isso, para o sócio estudar quem está no entorno dos candidatos e quem pode tornar realidade o que fala. Já vimos modelo com último presidente. Nós já fizemos muito por pouco. Não dá para o presidente aprender no cargo, isso custa dinheiro. Santos não pode se dar ao luxo de tomar decisões equivocadas como tomadas nos últimos anos. É austeridade e correr atrás de dinheiro novo. Mais de 60% vem de direitos e TV e imagem, temos que mudar rapidamente. Buscar dinheiro novo, sem esquecer do mundo pós-pandemia, com recessão. Mais uma preocupação para não errar. Ninguém sabe como será o mundo nessa recessão. Por isso nossa equipe é tão preparada e com experiência de já ter passado por isso.

Muito se fala sobre aumentar o número de sócios, mas na prática o número se mantém, há poucos benefícios para quem mora perto de Santos e praticamente nenhum para quem mora longe. O que você pensa sobre programa de sócios atual?

Tem certas etapas para andar. Fizemos pesquisa e só a nossa chapa fez. O primeiro lugar é a preocupação não é nem o benefício, é a situação financeira. Que cada real vai ser usado corretamente. Sócio se sente roubado pela falta de credibilidade. O presidente interino Rollo ouviu dizer sobre nosso crowdfunding e copiou. Eu doei dinheiro, foi um sucesso. Chegou em R$ 1 milhão e parou por causa das 50 contratações em três meses de gestão. E vaquinha não andou mais. Precisa de reformulação total. Sócio à distância tem que ter outros benefícios. Mas em primeiro lugar a credibilidade. Conversamos com Instituto Disney, que é o parâmetro top em tratamento de clientes. Eles têm cursos para modelos de aderência em programas e tratamento. E isso vem com a arena. Precisamos tratar o sócio de forma adequada. Instalações da Vila são desastrosas, principalmente para a mulher. Através da mulher, queremos aumentar o número de sócios. Traz marido, namorado, família, e podemos crescer. Mas sem banheiro na Vila, não foi. Temos que fazer o óbvio para ganhar sócio. Onde estão os 60 mil sócios que já tivemos? Fernando Fleury é o líder do plano de ação. É o cientista de dados mais importante do Brasil, trabalha banco de dados para plano de decisão. Temos uma onda de sócios na capacidade produtiva que são os meninos que foram criados na Era Neymar. E saem os que têm mais de 60 anos. Temos onda de torcida por aí e temos que entender o querem, o que sócio daqui e à distância quer. Programa bem agressivo de captação de sócios e engajamento.

Fernando Silva, candidato da Chapa 1 do Santos (Foto: Divulgação)


O início da gestão será diferente dessa vez porque campeonatos estarão em andamento. Quais serão as prioridades no início do mandato?

Depende do momento. Futebol é momento. Mas nossa visão de fora, tendo estado lá dentro, é que não muda nada. Fecha numa sala e conversa. Jogador, comissão, quem está dentro do CT... Eles identificam, criar vínculo de confiança e coisas acontecem. Um ou dois profissionais vêm pelo cargo de confiança, mas ideia é tirar foto, ver como está, conversar e adquirir confiança do elenco e profissionais do futebol. E a partir daí implementar mudanças necessárias. Não podemos montar num bonde andando. Tem gente que foi colocada com capacidade, currículo, e não é porque outro presidente colocou que tem que sair. A gente aprendeu isso. Entrei em 2010 mandando todo mundo embora, faria diferente agora. Sabemos quem está, quem pode usar ou não.

Quais são suas principais ideias em relação ao marketing? Muitos resumem o departamento ao patrocínio máster vago, mas o Santos parece explorar pouco sua marca...

A gente pretende ter duas áreas. Uma de marketing e uma de negócios. Em negócios é como numa empresa, com representantes, parceiros nacionais e internacionais. São centro de negócios e representação. E marketing tem que trabalhar a marca. São várias ideias, mas principalmente conhecer o cliente. E vender credibilidade. Ninguém quer associar marca ao Santos. Santos não entrega. Patrocínio é um pacote, Santos não entrega. Santos faz contratos ruins, fica um me engana que eu gosto. É resultado de nove anos sem patrocínio. Seleção do Brasil não tem máster, mas tem 41 patrocinadores. Temos que dar essa parte para quem já fez isso, Armênio Neto. E vamos aliar isso com uma inovação, um hub de inovação. Dinheiro novo, com centro avançado de startup. É inovação no negócio futebol e entretenimento. Vamos trabalhar isso com Eduardo, Bruno Maia e Fleury, Armênio com plano de marketing. Fomos inovadores com a Santos TV do Arnaldo Hase e uma câmera. Virou número um, faz bom trabalho hoje, mas é número 1. Queremos inovar com a Santos Media, produtores de conteúdo e monetização. E por aí que vamos, é dinheiro novo.

Como avalia a atual situação administrativa do Santos? Pergunto sobre Comitê de Gestão não remunerado, Conselho Deliberativo... Acredita que o clube precisa de mudanças no seu regime atual e estatuto social?

A gente lutou muito para aprovar estatuto em 2011. Um estatuto muito atual. São 10 anos e alguns ajustes devem ser feitos, mas esqueleto é bom. Eu gosto do Comitê de Gestão se usado como inscrito. Problema é que os últimos três presidentes deram volta no estatuto. Ninguém respeitou. Tem coisa que podemos mudar, como essa questão do sócio. Não podemos cobrar a menos que o estipulado, por exemplo. Queremos permitir que o clube cresça na competição. E achamos que 300 conselheiros é muito, reduzindo para 150 sem perder direito adquirido. Terceiro é embaixada, queremos diminuir o limite para regiões a partir de cinco sócios adimplentes. Eles se diplomam e são reconhecidos com 100 apenas, para não desanimar no caminho. É uma das partes do projeto de engajamento do nosso projeto Santos Social Clube. Queremos tirar da Secretaria Social e Marketing e criar uma espécie de Ministério. É tão importante que teremos um executivo para essa área. Conversaremos com a torcida, embaixada, organizadas, escolinhas, franquias e ONGs. Tudo isso num projeto de engajamento e responsabilidade social, o Santos Social Clube.

 

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