Vice-campeões brasileiros em 96 lamentam Lusa fora da Série D - Gazeta Esportiva
Vice-campeões brasileiros em 96 lamentam Lusa fora da Série D

Vice-campeões brasileiros em 96 lamentam Lusa fora da Série D

Gazeta Esportiva

Por Marcelo Baseggio

29/06/2017 às 08:00 • Atualizado: 29/06/2017 às 18:58

São Paulo, SP

Antes tida como uma agremiação capaz de bater de frente com as grandes forças do futebol do país, a Portuguesa vive hoje uma situação completamente diferente. A Lusa já chegou, inclusive, a disputar uma final de Campeonato Brasileiro, em 1996. Os próprios protagonistas da campanha que resultou no vice-campeonato nacional, responsáveis por um dos capítulos mais bonitos da agora manchada história do clube, lamentam as recorrentes desgraças que vêm caindo sobre o Canindé há tempos.

Símbolo do time que, além de chegar à final do Brasileirão, também ficou em terceiro no Campeonato Paulista de 1996, Oleúde José Ribeiro, mais conhecido como Capitão, mal pôde crer naquilo que estava acompanhando no último domingo: a eliminação da Portuguesa ainda na primeira fase da Série D. Após derrota por 1 a 0 para a Desportiva Ferroviária, a Lusa confirmou o que os torcedores mais temiam, que era a chance iminente de o clube sumir do cenário nacional.

Capitão foi o grande líder do elenco vice-campeão brasileiro em 1996 (Foto: Acervo/Gazeta Press)


“Estou muito triste. Fomos vice-campeões brasileiros, ficamos em terceiro no Campeonato Paulista, e hoje a Portuguesa chegar nesse ponto que está, sem Série para poder disputar... foi um sentimento de tristeza. Inacreditável o que aconteceu, em um campeonato desse aí ela não conseguir se manter”, disse o ex-volante à Gazeta Esportiva antes de questionar a qualidade do atual elenco da Lusa.

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“Respeito os jogadores, mas para mim faltou um time. Não tem dinheiro? Com o dinheiro que pagou nesse time você contrata uns 18 profissionais e pega o resto da base. Tem que ter jogadores realmente para ganhar”, completou Capitão, que após pendurar as chuteiras se restringe a apenas administrar seus imóveis em Mauá, na Grande São Paulo.

Outra peça importante daquele time de 1996 foi Alexandre Gallo. Hoje treinador, o ex-volante da Portuguesa teve atuação decisiva no primeiro jogo da final contra o Grêmio, abrindo o placar no Morumbi. A Lusa ainda ampliou e acabou vencendo por 2 a 0, mesmo placar construído pelos rivais em Porto Alegre, que ficaram com o título por ter a vantagem do empate no placar agregado.

Zé Roberto, hoje no Palmeiras, e Alexandre Gallo em treino no Canindé (Foto: Acervo/Gazeta Press)


Atualmente no comando do Vitória, Gallo mostrou que não conseguiu se desvencilhar do sentimento criado durante o período em que permaneceu no Canindé. O treinador revelou que chegou a ter contatos com o atual presidente da Portuguesa Alexandre Barros e se disse “completamente apaixonado” pela Lusa.

“A gente lamenta bastante. Até conversei com o presidente Alexandre na tentativa de poder ajudar. A Portuguesa é um clube que tem uma camisa importante no cenário nacional, todo mundo gosta. Eu sou completamente apaixonado pela Portuguesa. A gente sente bastante tudo o que aconteceu, vivemos bons momentos lá. O clube tem um patrimônio grande em São Paulo, é o segundo time de todo mundo que gosta de futebol”, disse Gallo.

Embora a Portuguesa esteja hoje contaminada por disputas políticas e gestões negligentes, o time, mesmo “respirando por aparelhos”, ainda tem uma chance de recolocar a Lusa no cenário nacional. Para isso, precisa conquistar o título da Copa Paulista, competição em que estreia no próximo domingo, contra a Portuguesa Santista, no Canindé. Como disse o próprio Alexandre Gallo, quando a gente tem sentimento, a gente espera que as coisas aconteçam.


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