O que é o ligamento cruzado anterior (LCA)?
O joelho humano tem dois ligamentos que se cruzam, explicou o Dr. Karl Elliot K. Senske, da área de ortopedia e traumatologia dos hospitais da Rede D'Or, LeFort, Ana Costa e Intermédica. O da frente é o cruzado anterior — mais frequentemente lesionado — e o de trás é o cruzado posterior. O anterior impede que o osso da perna, em relação ao fêmur, vá para a frente. O posterior faz o contrário.
O LCA é o principal estabilizador do joelho contra a anteriorização da tíbia, adicionou o Dr. Gustavo Bigliazzi Moreira, ortopedista e cirurgião de joelho do Hospital Pitangueiras e São Vicente, ambos em Jundiaí, no interior do estado de São Paulo.
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Como ocorre a lesão?
Na lesão em si, o mecanismo rotacional, associado com a anteriorização da tíbia, provoca a lesão do LCA. Esse mesmo mecanismo provoca lesões meniscais — sendo a mais comum a lesão do menisco lateral (externo), afirmou Bigliazzi Moreira.
É mais comum de acontecer sem contato, como foi o caso de Dudu, sem trauma direto no joelho. Pelos estudos, estima-se que 90% de lesões do tipo ocorram desta maneira — foi o que Karl Elliot afirmou à reportagem da Gazeta Esportiva.
O que aconteceu com Dudu?
Dudu teve rotação interna da tíbia em relação ao fêmur. O osso da coxa estava para fora e a tíbia 'rodou' para dentro. Ou seja: o pé estava travado no chão e ele 'rodou' a coxa para fora, que é o jeito mais comum de ocorrer a ruptura.
A lesão no LCA dá sensação de instabilidade. Atleta tenta correr, andar mais rápido, e parece que a perna está se mexendo e vai sair do lugar. Ou seja: gera insegurança. Fica impossível praticar futebol. Em jovens, é certo de operação — necessária, pois, uma reconstrução ligamentar, explicou Karl Elliot.
Conforme esclarecido por Bigliazzi Moreira, caso nao haja a correção adequada do ligamento, outras lesões podem ocorrer de maneira crônica.
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Como é feita a cirurgia?
Médicos tiram um enxerto do músculo. Geralmente flexores, mas pode ser do tendão da patela, fibular, do quadríceps. Tipo de enxerto varia de paciente para paciente, mais comumente os flexores. É feita uma artroscopia por vídeo: médicos conferem o ligamento, removem o que resta e fazem um furo na tíbia e no fêmur. Fixação é feita com parafuso ou uma 'cordinha', que segura o cruzado para fins de cicatrização do osso e regeneração, de acordo detalhes ditos por Karl Elliot.
Tempo de recuperação
Os dois médicos consultados pela Gazeta Esportiva deram respostas similares: em atletas de alto rendimento, como Dudu, há um receio de novo rompimento. Por isso, recomenda-se a paralisação absoluta de atividades físicas por um período de seis a oito meses. Em pessoas 'normais', período de recuperação leva um ano.