Palmeiras comemora 80 anos da Arrancada Heroica - Gazeta Esportiva
Palmeiras comemora 80 anos da Arrancada Heroica

Palmeiras comemora 80 anos da Arrancada Heroica

Gazeta Esportiva

Por Redação

20/09/2022 às 06:00

São Paulo, SP

Nesta terça-feira, o Palmeiras comemora 80 anos de um dos episódios mais marcantes de sua rica história. No dia 20 de setembro de 1942, o Verdão jogava como “Palmeiras” pela primeira vez e era campeão paulista daquele ano, no episódio que ficou conhecido como “Arrancada Heroica”.

A decisão que rendeu o título ao clube foi um clássico quente contra o São Paulo, que envolveu um clima tenso para além das quatro linhas. Em meio à Segunda Guerra Mundial, o clube de origem italiana precisou deixar de ser Palestra Italia para assumir a nova alcunha de Palmeiras. O fato ocorreu depois que o governo brasileiro estabeleceu um decreto que proibia representações dos países do Eixo (formado por Alemanha, Itália e Japão).



Inicialmente, em março de 1942, o Palestra Italia passou a se chamar Palestra de São Paulo. Além disso, as cores precisaram ser alteradas, com a retirada do vermelho, permanecendo apenas o verde e o branco. A letra I, que fazia alusão ao “Italia”, também precisou ser retirada.

Ainda assim, a pressão dos órgãos do Estado seguiram, sob a justificativa de que o “Palestra” ainda remetia à Itália. Com isso, em 14 de setembro de 1942, foi oficializado o nome de Sociedade Esportiva Palmeiras. Poucos dias depois, sob o novo nome, o clube encarou uma final tensa diante do rival São Paulo.

Nas vésperas do clássico, os palmeirenses eram vistos como “inimigos da pátria” por parte relevante da opinião pública. Assim, havia preocupação com eventuais brigas motivadas pelo clima de tensão. “Criaram uma situação deplorável, como se no dia 20 houvesse um choque de honra entre duas famílias”, publicou o jornal A Gazeta em 15 de setembro daquele ano.




No dia da partida, cerca de 70 mil pessoas compareceram ao Pacaembu para acompanhar a grande decisão. As vaias e hostilidades já eram previstas pelo lado palmeirense. Assim, liderados por Adalberto Mendes, capitão do exército ligado ao clube, os jogadores subiram ao gramado carregando uma bandeira do Brasil, na tentativa de acalmar os ânimos da massa presente no estádio.

Fora de campo, não houve registro de grandes incidentes, mas o clima quente se deu nas quatro linhas. O Palmeiras vencia por 3 a 1, com gols marcados por Cláudio, Del Nero e Echevarrieta, enquanto Waldemar de Brito anotou para os são-paulinos. Até que o árbitro Jaime Janeiro Rodrigues viu pênalti de Virgílio sobre Og Moreira e expulsou o atleta tricolor.

Os atletas do São Paulo se revoltaram com a marcação do pênalti e a advertência a Virgílio. Capitaneados por Luizinho, os são-paulinos abandonaram a partida. Sem o retorno dos tricolores, o árbitro da partida decidiu encerrar o confronto, e o Palmeiras ficou com o título do Campeonato Paulista daquele ano, na sua primeira partida sob a nova alcunha.

“Estou satisfeito, porque deixei de integrar um Palestra invicto para vestir a camiseta de um Palmeiras campeão”, disse o defensor Begliomini, na época.

Depois de 80 anos, o Palmeiras comemora o aniversário da Arrancada Heroica. A data entrou no calendário oficial da cidade de São Paulo como “Dia do Palmeiras”. Como uma das ações para festejar o marco, o clube lança nesta terça-feira uma camisa exclusiva para os sócios-torcedores.

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