"Nós somos o 1% que veio para cornetar": torcidas organizadas do Palmeiras protestam em noite de reunião do Conselho - Gazeta Esportiva
"Nós somos o 1% que veio para cornetar": torcidas organizadas do Palmeiras protestam em noite de reunião do Conselho

"Nós somos o 1% que veio para cornetar": torcidas organizadas do Palmeiras protestam em noite de reunião do Conselho

Gazeta Esportiva

Por Felipe Leite

23/10/2023 às 19:16 • Atualizado: 23/10/2023 às 22:14

São Paulo, SP

A reunião do Conselho Deliberativo do Palmeiras na noite desta segunda-feira (23) ficou marcada pelo protesto organizado pela Mancha Verde e demais instituições. A principal torcida organizada do Verdão, insatisfeita com a gestão da presidente Leila Pereira, manifestou sua indignação em frente ao clube social alviverde.

A "falta de contratações na última janela de transferências, a falta de transparência da diretoria e a omissão da grande maioria dos conselheiros" são os principais motivos da insatisfação palmeirense.



Depois de explicar o ato para a polícia militar no local, o presidente da Mancha, Jorge Luis, discursou. O principal nome da torcida afirmou que o "Palmeiras é muito maior do que a perda de acordos", reiterou a relação estreita entre as partes anteriormente, reclamou da entrevista coletiva concedida por Leila e pediu mudanças no estatuto e no conselho.

"O conselho está totalmente vendido, omisso. Muitos sócios que falam contra a presidente são suspensos, processados, impedidos de estar no clube”, disse Jorge.




A partir daí, a Mancha entoou cânticos. "Cumpra seu papel, vende o avião e ajuda o Abel", "Leila incompetente pegou o Palmeiras para brincar de presidente", "seu dinheiro não compra meu amor" e "nós somos o 1% que veio para cornetar" — referindo-se à fala de Leila, minimizando a insatisfação da torcida — foram alguns dos cantos ouvidos.

Na reunião do Conselho, alguns conselheiros opositores querem discutir a relação entre Palmeiras e a linha aérea adquirida por Leila, a Placar, que presta serviço ao Verdão na forma do avião utilizado pela equipe para viagens.



Além disso, medidas de retaliação da executiva — como a suspensão no fornecimento de ingressos e a exclusão de consulados críticos à gestão — e a polêmica entrevista coletiva também incomodam setores internos do Alviverde.

Na sessão desta segunda, comandada por Alcyr Ramos, presidente do Conselho Deliberativo, alguns membros de oposição pediram a palavra.

Leila Pereira x Mancha Verde


Em entrevista coletiva recente na Academia de Futebol, Leila prometeu acionar a Mancha na esfera cível e criminal — nos últimos dias, depois dos muros da sede social do Palmeiras amanhecerem pichados, diversas lojas da Crefisa viraram alvo de protestos — e, além disso, disparou contra os torcedores organizados, chamando-os de "câncer do futebol brasileiro".

Depois de uma relação que começou estreita, após a executiva assumir a presidência do Palmeiras, no fim de 2021, problemas e desentendimentos entre as partes começaram. Leila viu críticas públicas por parte de lideranças da Mancha Verde sobre seu mandato.

Como resposta, a mandatária 'cortou' orçamento para a escola de samba e parou de ajudar financeiramente em caravanas e viagens do tipo.

"Hoje somos câncer, caso de polícia? O que aconteceu, dona Leila Pereira? É por que a gente não se vendeu para você? Pega o seu dinheiro e enfia no seu cofre", afirmou Jorge Luis, atual presidente da torcida, em live feita no início do mês.

"Quando você foi eleita presidente, você foi na quadra com a gente, não é? Hoje a gente é o câncer, caso de polícia. Mas você vivia na nossa quadra, nas festas, no nosso meio. Só agora descobriu que somos casos de polícia? Só porque estamos criticando sua gestão?", indagou.

Palmeiras vive contexto de crise. A pressão para cima da diretoria do Verdão cresce cada vez mais: além das pichações recentes — na sede social e em lojas da Crefisa —, há a promessa de protestos recorrentes contra Leila Pereira e Anderson Barros por parte da Mancha Verde. A partida contra o Atlético-MG marcou o início dos atos.

A principal torcida organizada do Alviverde reclamou da falta de competitividade em alto nível na temporada de 2023, elegendo Leila e Barros como principais culpados. Jogadores e comissão técnica não serão alvos das manifestações, pois.

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