Aos 47 anos, longe do futebol há dez, César Sampaio construiu uma história singular no futebol paulista. Atleta da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998, o ex-volante atuou pelos quatro grandes da Capital, mas foi no Palmeiras que realmente marcou seu nome. Capitão no título mais importante da história recente do clube, a Libertadores de 1999, César cravou o jogo no Palestra como fundamental.
Revelado pelo Santos, foi no Alviverde que Sampaio se destacou e alcançou a Seleção em 1993, participando do vice mundial em 1998, na França. Sem revelar a torcida, foi analítico como requer a profissão ao comentar a segunda final entre os times nesta temporada. “O Palmeiras joga o jogo do ano para a diretoria, gestão e atletas. Pensando no futuro, uma conquista pode projetar um 2016 promissor”, ponderou o agora executivo do futebol ao falar da final da Copa do Brasil.
Apesar de não palpitar com relação ao campeão, César Sampaio não negou que a identificação com o Palmeiras é a maior em questão da passagem recheada de títulos. Contratado em 1991, participou do bi estadual e bi brasileiro entre 1993 e 1994, quando chamou atenção do futebol japonês. Em 1999, voltou e, novamente, atuou em títulos importantes: a Libertadores de 1999 e o Torneio Rio São Paulo de 2000.
“Os títulos trazem essa identificação com os torcedores e aproxima o atleta da história do clube. São muitos títulos com o Palmeiras, então é inevitável a identificação”, falou, vendo o eventual título como um sinal de retribuição aos principais incentivadores, a torcida. “Para um ano de base, duas finais já servem de referência e um título coroaria isso com uma perspectiva maior para 2016”, completou.
Há três anos, César inaugurou um seleto grupo ao se tornar campeão pelo Palmeiras nas funções de jogador e membro da diretoria. Gerente de futebol do clube durante a última conquista da Copa do Brasil, em 2012, o ex-atleta admitiu semelhanças com relação ao cenário, já que na oportunidade o Verdão também lançou mão do Campeonato Brasileiro para focar nas finais, mas nem tentou comparar os elencos.
Nos bastidores em 2012, César assistiu de perto a glória na Copa do Brasil e queda para a Segunda Divisão. Alvo fácil depois da derrocada, deixou o clube nos primeiros meses de 2013, no início do primeiro mandato de Paulo Nobre. Estritamente profissional, sem mostrar ressentimentos, vê o Palmeiras mais bem preparado para competir pelo título.
"Quando falamos de elenco, em 2012 tínhamos algumas limitações e não contávamos com uma reposição à altura. Tivemos que abrir mão do Brasileiro e não conseguimos uma retomada. Sofremos com as lesões de jogadores de referência, como o Assunção e o Barcos, que nem jogou a final. Agora é um momento diferente. O Palmeiras não corre risco de descenso" disse, ponderando os 25 reforços que chegaram ao Palmeiras neste primeiro ano de investimento esportivo, como ele próprio classificou.
Presente no encontro promovido pela Unefut (União Nacional das Entidades do Futebol Nacional), César Sampaio revelou projetos para o próximo ano após um ínterim de cerca de seis meses parado. Após ser membro da diretoria do Palmeiras e do Joinville, o ex-jogador agora é presidente do Comercial de Tietê, cidade no interior paulista a 40 quilômetros de Itu (SP), onde aconteceu a reunião.
*especial para Gazeta Esportiva
