Taison recorda racismo na Ucrânia e revela desejo de voltar ao Inter
Por Redação
17/06/2020 às 18:23
São Paulo, SP
Em entrevista ao Jogo Aberto desta quarta-feira, o jogador relembrou o episódio. Taison destacou que ficou triste com a situação, mas enfatizou a importância de combater o racismo.
"Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi ligar para a minha mãe, e ela, de cabeça quente, falou para eu voltar. Eu nunca pensei que passaria por isso aqui, porque estou no país há 10 anos. A gente fica triste. Joguei bastante clássico e nunca tinha acontecido isso. Quando eu ouvi os gritos achei que não era nada. Aí depois eu escutei mais alto e perdi a cabeça na hora", declarou o atacante.
"Eu queria pegar as minhas coisas e ir embora. Passaram alguns dias, eu esfriei um pouco a cabeça e enfrentei isso. A gente não pode ficar calado. Não sou só eu dentro de campo que sofro isso. No dia a dia, a gente sabe como é que é. Mas depois o tempo foi passando e eu fiquei mais tranquilo", acrescentou.
Taison também comentou sobre as manifestações após a morte de George Floyd, reforçando que é o momento para os atletas mostrarem a força que possuem. "O bom é que o mundo todo abraçou essa causa. No Brasil, teve protesto também sobre isso. A gente fica feliz, porque é muito importante. A gente precisa não ficar calado nesta hora. Precisamos mostrar a força que temos. Como profissional, a gente tem muita força para mostrar para as pessoas que não ficaremos calados e defenderemos isso até o final", disse.
Revelado pelo Colorado, o atacante ainda salientou que deseja retornar ao Internacional e já conversou com Eduardo Coudet, técnico do time gaúcho. "Bate uma saudade do Rio Grande do Sul e do dia a dia. Esses dias, até recebi uma mensagem do treinador. Conversamos, mas vamos esperar para ver o fim dessa história", declarou, completando que gostaria de voltar ao Brasil para ficar mais perto de sua família.
"Eu tenho mais um ano e meio de contrato. Espero que dê tudo certo, que possa ocorrer da maneira que eu quero. Não é nem por causa de dinheiro, é por mim. Quero voltar para perto da minha família. Eu pretendo sim conversar com a direção do Inter em dezembro e ver o que a gente pode fazer".