Rosenberg afirma que Roberto de Andrade rejeitou partilha de poder
Por Redação
10/01/2017 às 17:16
São Paulo, SP
De volta ao comando do Corinthians após passar férias nos Estados Unidos, o presidente Roberto de Andrade se reuniu com Andrés Sanchez e ouviu uma proposta de auxílio de antigos aliados à sua gestão. A tentativa de aproximação foi rejeitada, de acordo com Luis Paulo Rosenberg, homem forte do departamento de marketing do clube até o final de 2012.
“Seria o momento de a gente se unir. Lamentavelmente, a tentativa do Andrés não frutificou. Em função da gravidade da crise, da necessidade de gerar recursos e recuperar credibilidade, ele tentou montar para o Roberto uma diretoria com nível de presidentes”, contou Rosenberg à Rádio Bradesco Esportes.
Além de precisar lidar com os problemas financeiros do Corinthians, que sofre com a dívida relativa à construção do estádio em Itaquera e ficou com investimentos escassos para a montagem do seu elenco, Roberto de Andrade enfrenta uma crise política em sua administração. Ele desagradou a Andrés Sanchez, por exemplo, ao apostar na contratação de Oswaldo de Oliveira no final do ano passado. Eduardo Ferreira se desligou da diretoria de futebol por causa da decisão, e nem a recente demissão do treinador foi suficiente para amenizar de vez os problemas.
“O Andrés esboçou uma solução que dependia exclusivamente da aceitação do Roberto. A ideia era pegar dentro da trajetória do clube aqueles que tiveram maior destaque, fazendo um governo partilhado. Infelizmente, o Roberto achou desnecessário e vai continuar com as suas escolhas”, disse Rosenberg.
Apesar de apoiar Andrés Sanchez, com quem também já se desatendeu, na missão de partilha de poder no Corinthians, o ex-diretor de marketing se diz contrário ao processo de impeachment de Roberto de Andrade, cujo mandato será encerrado em fevereiro de 2018.
“O Corinthians tem força suficiente para chegar até a eleição. Vamos aprender com esse processo para eleger alguém de alto nível. Como dizia o ministro Delfim Netto sobre o Brasil, o Corinthians não cabe no abismo”, concluiu Luis Paulo Rosenberg, para quem o estresse gerado por estar na presidência do clube se compara ao enfrentado por Michel Temer na presidência da República.