Fábio Santos avalia Corinthians com chance de título em torneios de mata-mata - Gazeta Esportiva
Fábio Santos avalia Corinthians com chance de título em torneios de mata-mata

Fábio Santos avalia Corinthians com chance de título em torneios de mata-mata

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

03/04/2021 às 08:00

São Paulo, SP

Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Essas são as competições em que o Corinthians pode vislumbrar algum título. A opinião é de Fábio Santos, experiente lateral da equipe e um dos ídolos recentes do clube.

"No meu modo de ver, nas competições de mata-mata temos mais chances. No Campeonato Brasileiro, óbvio que não descarto uma chance de título, mas vemos equipes melhores preparadas do que a gente, com plantel um pouco mais preparado. Mas o que vai ter é o que o Corinthians tem todo ano, entrega a todo momento. Procurar fazer uma equipe forte, competitiva, para, quem sabe, brigar por títulos, principalmente onde eu enxergo chances maiores, nas competições de mata-mata".

Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Fábio Santos também falou sobre o momento paradoxal do time de Vagner Mancini, que não perde há nove jogos, apesar do desempenho preocupante.

"A gente estava torcendo para ter uma semana para trabalhar, para o Mancini conseguir colocar novamente tudo o que colocou em prática quando chegou, a própria questão física, para a gente readaptar. A gente sabe que tivemos resultados bons, mas o desempenho pode melhorar".

Ciente de que o Corinthians não tem condição de ir ao mercado para realizar grandes investimentos, Fábio Santos espera que o torcedor alvinegro não tenha pressa com as promessas promovidas das categorias de base.

"Não é do dia para a noite que um ou outro vai estourar, ainda mais em uma equipe que não está tão pronta. Você colocar um ou dois garotos em uma equipe montada é mais fácil".

Aliás, as notícias sobre a situação financeira do clube ganharam destaque durante a última semana devido a publicação do balanço de 2020 no último sábado. E engana-se quem pensa que os atletas estão alheios aos movimentos nos bastidores.

"Óbvio que não tem como ficar fora de tudo isso. Você vê notícias, o dia-a-dia do clube. Nós, jogadores experientes, passamos por algumas questões de saber como vai ser a temporada, questão de contratações. A gente acaba sabendo um pouco mais das coisas".

Fábio Santos também falou sobre a série "Acesso Total", do Sportv, que expôs a rotina da equipe dentro do CT e nos vestiários dos jogos.

"Primeiramente, a gente foi avisado sobre tudo isso. Tudo o que foi passado foi de comum acordo entre jogadores, diretoria e comissão técnica. Todos nós sabíamos dessa exposição, que seria importante também para o clube. O Corinthians, como equipe grande, uma das maiores do país, ser pioneiro nessa série foi importante para nós. Como tudo na vida, vão ter coisas boas e ruins. Acredito que foi bom para o torcedor enxergar um pouco mais, ainda mais em um momento que não era positivo".



 

Leia a entrevista com Fábio Santos, lateral do Corinthians:


A divulgação do balanço finaneiro do clube apresentou uma dívida de quase R$ 1 bilhão e o assunto foi bastante abordado durante a semana. Os jogadores acompanham?

"Óbvio que não tem como ficar fora de tudo isso. Você vê notícias, o dia-a-dia do clube. Nós, jogadores experientes, passamos por algumas questões de saber como vai ser a temporada, questão de contratações. A gente acaba sabendo um pouco mais das coisas. Mas, isso é uma responsabilidade da diretoria, da parte administrativa. Torcemos para que isso se resolva, para que a gente possa ter tranquilidade no dia-a-dia dos treinamentos e jogos, e cada vez mais com as contas em dia para fazer contratações melhores, e a gente aumentar ainda mais o nível do elenco".

O time está invicto há nove jogos, mas tem jogado bem. Essa pausa no campeonato veio em boa hora?

"Principalmente nessa temporada, no começo do Campeonato Paulista, nós tivemos muitos problemas com covid-19 e algumas lesões. O Mancini teve muita dificuldade para montar o time. Tinha dia que não tinham nem duas equipes para ir para jogo. Jogos importantes, um atrás do outro. No primeiro jogo da Copa do Brasil, fiz dois ou três treinos para poder jogar um jogo daquele.

A gente sabia que eram jogos importantes, que tinha que dar essa atenção necessária, mas não fizemos a preparação exatamente como deveria ter sido.

A gente estava torcendo para ter uma semana para trabalhar, para o Mancini conseguir colocar novamente tudo o que colocou em prática quando chegou, a própria questão física, para a gente readaptar. A maioria dos jogadores passou por esse período de covid-19. A gente sabe que tivemos resultados bons, mas o desempenho pode melhorar. Com vitórias é sempre melhor para estar melhorando. Essa semana estamos tentando tirar muito proveito para que continuem os resultados e o desempenho aumente ainda mais".

Os clubes concordaram em jogar a cada dois dias, se for preciso. Você, como jogador, sabe que vai ser difícil manter um bom nível de futebol dessa maneira. O que você pensa sobre isso?

"Óbvio que não é o ideal, mas a gente tem que ter noção do que vem acontecendo no mundo, tem que ter alguns sacrifícios. Para times grandes às vezes é fácil tentar emendar uma competição na outra, mas nas equipes menores têm jogadores que se programam e sonham em jogar uma Série A ou Série B depois. A gente vai tentar adequar o máximo possível essas questões de jogos para tentar terminar (o Estadual) um pouco antes do Campeonato Brasileiro. Sabemos que todo mundo vai perder um pouquinho, a gente está abrindo mão de algumas coisas. Vamos tentar sobreviver a esse período de um jogo atrás do outro".

Vagner Mancini, após a classificação nos pênaltis contra o Retrô, chegou a falar que a atuação do Corinthians o assustou. Como você avalia aquele desempenho? Também te assuntou?

"Eu acho que o Corinthians poderia ter jogado mais, sim. Mas, a gente sabe que tem muito mais coisa por trás do que propriamente os 90 minutos. A gente está jogando uma competição importantíssima, que traz um retorno financeiro importante para o clube. É onde eu enxergo maiores chances de conquista, na Copa do Brasil e na Sul-Americana. É um jogo de 90 minutos em que você não pode errar. Era um campo que não tinha nenhuma condição de jogo, em uma semana diferente, em que a gente foi em cinco ou seis cidades. Tudo isso tem que ser levado em conta, não tirando a responsabilidade de que a gente deveria ter jogado mais. Acredito que o nosso principal objetivo era ter conseguido a classificação, com jogadores voltando de covid-19, sem a preparação feita da melhor maneira.

A partir do momento que a gente tem uma semana para trabalhar, acredito que o desempenho possa ser melhor, sim, mas não digo a palavra "assustar". Acredito que foi um jogo normal, em que a gente não jogou tão bem, em alguns momentos a equipe do Retrô foi melhor do que a gente. Mas, o nosso objetivo principal foi a classificação. Tomara que nas próximas fases a gente possa conseguir a mesma classificação, de repente com um desempenho melhor".

Sem condição de contratar, o Corinthians aposta nas promessas da base. Pelo oq ue você tem visto, eles estão prontos para jogar?

"Eles estão treinando superbem. A gente tem procurado deixar eles bem à vontade, conversado bastante. Damos essa liberdade para perguntar qualquer tipo de dúvida que eles venham a ter. É conseguir tirar tudo de bom que eles têm. Subiram muitos garotos, a gente sabe que não é do dia para a noite que um ou outro vai estourar, ainda mais em uma equipe que não está tão pronta. Você colocar um ou dois garotos em uma equipe montada é mais fácil. A gente vai tentar tirar o máximo de responsabilidade deles, para que possam jogar tranquilos. Não digo que estão prontos, mas estão no caminho para ficarem preparados e, quem sabe nessa temporada, a gente possa ter uma surpresa positiva com algum deles".

O que o torcedor do Corinthians pode esperar para esse ano? Na sua avaliação, o Corinthians tem condições de brigar por título?

"A diretoria já deixou bem claro que vai ser um ano um pouco mais complicado, até pelas questões financeiras. Vai dar oportunidade para os garotos da base, isso é uma resposta que a gente ainda não tem, não sabemos como eles vão responder. No meu modo de ver, nas competições de mata-mata temos mais chances. No Campeonato Brasileiro, óbvio que não descarto uma chance de título, mas vemos equipes melhores preparadas do que a gente, com plantel um pouco mais preparado. Mas, o que vai ter é o que o Corinthians tem todo ano, entrega a todo momento. Procurar fazer uma equipe forte, competitiva, para quem sabe brigar por títulos, principalmente onde eu enxergo chances maiores, nas competições de mata-mata"

Seu contrato vai até o final do ano. Já começou a conversar sobre renovação?

"Existem outras questões na frente, outros jogadores agora que o pessoal vem conversando, que têm contrato até o meio do ano. Ainda não conversei com ninguém, meu contrato é até o final do ano. Já demonstrei a alegria que tenho de jogar aqui no Corinthians, tenho procurado fazer meu trabalho da melhor forma possível. Penso, sim, em jogar mais alguns anos, não sei se mais um ou dois. Mas, vamos deixar para conversar sobre essa questão da renovação mais para frente. Óbvio que quero permanecer aqui, e quem sabe encerrar minha carreira no Corinthians".

Jogando a cada dois dias vai ser difícil aguentar, hein...

"De repente pode encerrar no final desse ano mesmo, né (risos). Estou brincando, pelo amor de Deus. Mas, isso não vai ser problema para a gente. Vamos conseguir fazer um revezamento bom. Tem o Piton, o Biro, bastante jogador da posição, e a gente vai conseguir utilizar todo mundo".

O Mauro Boselli disse que não gostou de ter a dispensa dele mostrada na TV, na série "Acesso Total". O que você pensa sobre a proposta, principalmente porque você também foi alvo de muita repercussão pelas declarações no vestiário do Allianz Parque, depois da derrota no Derby?

"Primeiramente, a gente foi avisado sobre tudo isso. Tudo o que foi passado foi de comum acordo entre jogadores, diretoria e comissão técnica. Todos nós sabíamos dessa exposição, que seria importante também para o clube. O Corinthians, como equipe grande, uma das maiores do país, ser pioneiro nessa série foi importante para nós. Como tudo na vida, vão ter coisas boas e ruins. Acredito que foi bom para o torcedor enxergar um pouco mais, ainda mais em um momento que não era positivo. Estão mais acostumados a fazer (vídeos de bastidores) em equipes campeãs, que no final é tudo sempre muito bacana. Nessa, eles (os torcedores) viram o nosso dia-a-dia um pouco diferente das outras séries. No meu modo de ver foi superpositivo, a gente gostou bastante do que aconteceu. Quem sabe mais para frente possam fazer outras, em outras equipes, e aqui um pouco diferente, com um final um pouco mais feliz também".

Você é supersticioso, hein...

"Ali só expôs um pouco mais das minhas loucuras (risos). Fez até bem para mim. Como nunca tinha visto na imagem, percebi o quanto é loucura. Tenho procurado até diminuir um pouco, vamos ver se vai dar certo".


Conteúdo Patrocinado