Por Marina Bufon
A vitória do Corinthians, de virada, em cima do Guarani, na noite da última terça-feira, na Neo Química Arena, pode ser dividida em dois momentos claros: acertos no ataque, com toques de criatividade, e erros na defesa, com toques de amadorismo.
Vamos falar do que veio primeiro.
O relógio não contava nem um minuto completo quando o Bugre abriu o placar. Pior do que a desatenção, foi a pane total no lado esquerdo, que caminhou até a área e culminou com o gol de Bruninho.
Balbuena vem, desde o ano passado, cometendo falhas técnicas não habituais. Foi dele o bote errado que originou a jogada, com a área livre de marcação.
Porém, para além disso, coletivamente a defesa (não o setor por si só, mas a ideia de defender-se) ainda precisa evoluir muito, com maior organização sem a bola, para não contar com a sorte ou, então, com Cássio.
No jogo da última noite, o camisa 12 realizou cinco defesas, a maior parte delas mais tranquila, mas é uma média alta, que indica problemas em seus companheiros mais próximos, os quais demonstraram desalinho na hora de marcar o adversário, muitas vezes deixando o jogador com espaço para finalizar e/ou levar perigo.
Já no outro momento de jogo, temos um ataque, que, após recuperar-se do susto do gol, conseguiu construir jogadas e, com a qualidade de seus jogadores – Fagner, Renato Augusto, Róger Guedes e Yuri Alberto, principalmente -, levar muito perigo, até os gols, marcados por Guedes e Fábio Santos. A entrada de Giuliano, no intervalo, também caiu como uma luva (como é diferente quando o camisa 20 sai do banco de reservas…).
Segundo o técnico Fernando Lázaro, esse equilíbrio entre defesa e ataque é o verdadeiro objetivo do time, pensando coletivamente.
“É um ajuste, uma ideia que vem sendo inserida e traz, por um lado, alguns aspectos na parte ofensiva que impactam nas transições e momentos da perda de bola para a gente estar entendendo bem os espaços, as coberturas, e a gente está buscando esse equilíbrio. Sabemos que temos que evoluir, mas é uma sintonia que vem com o tempo”, falou ele na entrevista coletiva.
Apesar de ser o início o Estadual, ainda com uma ideia de jogo sendo introduzida (mesmo com a familiaridade do elenco com Lázaro), é obrigatório estar muito atento à defesa. O Corinthians, aliás, fez escola com isso e alcançou grandes conquistas recentes com base nisso.
É preciso tempo para a sintonia, é claro, mas também é preciso pressa para ajustes de ideias, posicionamentos e intenções. No próximo final de semana, o Corinthians tem o primeiro clássico do ano, contra o São Paulo, fora de casa, um cenário perfeito para dar as primeiras respostas relacionadas ao principal problema apresentado no jogo da última terça-feira (e vencer o adversário no Morumbi…)
Sem colocar pressão (mas já colocando, pois esta é a realidade), o cenário perfeito pode, também, se tornar caótico, caso os obstáculos do jogo se repitam, afinal, “é clássico” e, em partidas deste calibre, não há espaço para esse tipo de erro.