Tite parabeniza o Peru e valoriza jogo coletivo do Brasil em Lima
Por Redação
16/11/2016 às 03:19
São Paulo, SP
"Foi um grande espetáculo. O Peru tinha uma grande confiança. A seleção veio arrojada, agressiva. No segundo tempo eles estavam muito fortes, e ia acabar caindo. E os jogadores móveis iam aparecer. Começou a aparecer o conjunto e as individualidades em cima do espaço. Começou a cortar muito o Neymar, apareceram Coutinho, Renato, Daniel. A equipe começa a ter alternativas. Se o principal jogador está muito marcado, aguarda para participar depois. Temos uma equipe que começa a ter alternativas de lado, de saídas. Jogo muito difícil. Muito feliz por ele", comentou Tite, antes de admitir que mais uma vez o Brasil soube sofrer quando viu o adversário melhor.
"O time está preparado a ter um nível de concentração altíssimo. E se não respeitássemos o Peru, eles iriam atropelar. Ela poderia sair de um resultado com a grandeza da vitória com a Argentina, e poderia baixar a guarda. Mas falamos que não. A gente sabia do Cueva, do Guerrero, das opções pelo lado, do chute de média distância. Tínhamos conhecimento das virtudes, e sabíamos respeitar o outro lado, a não ter soberba, que é o primeiro passo para se perder", ensinou, para em seguida resumir sua análise do jogo.
"No início do jogo, fiquei preocupado. Foi acelerado, e o Peru teve a primeira chance de gol. No primeiro tempo foi igual, no segundo tempo, fomos superiores. O Peru teve confiança, tinha muita energia do torcedor, foi um espetáculo. A gente sentia que quando um jogador errava, a torcida trazia de volta. Fica aqui o registro à qualidade do trabalho do Gareca e ao espetáculo", reforçou o técnico.
Falando um pouco mais da Seleção Brasileira, Tite explicou os motivos e as trocas de posicionamento dos atletas em campo, mesmo sem a necessidade de trocar peças. Todos os jogadores de frente do Brasil em algum momento fugiram um pouco de suas características principais para fazer com que o sistema defensivo peruano se confundisse e os espaços aparecessem.
"Hoje a gente tentou fazer ainda o mecanismo de, como eles marcavam muito bem o Coutinho e o Neymar, o Gabriel fazia aquele movimento de facão, de fora para dentro. Ficávamos com a marcação amarrada, e ganhamos profundidade, e dei liberdade para o Neymar flutuar, e depois alternar com o Coutinho. Não tinha como o Peru manter aquela pegada. Baixou o ritmo e tiramos vantagem", avaliou.
Por fim, Tite voltou a lembrar de Dunga e dividiu os méritos de uma atuação elogiável em Lima, com um futebol coletivo que mais uma vez acabou se sobressaindo em cima das individualidades, mesmo que muitos jogadores tenham feito uma partida digna de elogios nesta quarta-feira.
"Cada jogo até agora teve uma característica. Conseguimos agredir a bola, e também havia infiltração, eles tinham alternativas. O campo é muito rápido, eu falei para ajustar fino o passe. Se der um passe picado, vai errar e dar o contra-ataque, então era melhor ter triangulação rápida. A troca de lado foi importante. Como o Renato tomou cartão, eu deixei que o jogo se apresentasse, e o Cueva continuou no mesmo lado, pois o Fernandinho tinha que seguir no pivô, senão o Guerrero ia se aproveitar, e eu sei disso, fui campeão com ele no Corinthians. Tentei deixar, então falei para o Renato trocar. E isso vinha do trabalho anterior, do Dunga. Eles fazem uma alternância", concluiu Tite.
