Thiago Silva avalia maratona de jogos e acredita em reaproximação da torcida com a Seleção - Gazeta Esportiva
Thiago Silva avalia maratona de jogos e acredita em reaproximação da torcida com a Seleção

Thiago Silva avalia maratona de jogos e acredita em reaproximação da torcida com a Seleção

Gazeta Esportiva

Por Redação

09/11/2020 às 14:55 • Atualizado: 09/11/2020 às 15:18

São Paulo, SP

Voz da experiência no grupo da Seleção Brasileira, Thiago Silva se prepara para mais dois jogos com a camisa da Seleção Brasileira: duelos contra Uruguai e Venezuela, pelas Eliminatórias para a Copa de 2022.

Com o futebol mundial vivendo uma maratona por efeito da pandemia da covid-19, o zagueiro se diz tranquilo com o grupo à disposição de Tite, mas alerta que lesões e casos de infecção vão acontecer ao longo do caminho.

"É uma situação muito difícil que a gente vem passando. As lesões vão acontecer, vão ter jogadores infectados pela covid-19 também, e a gente precisa ter peças para suprir essas ausências. A Seleção Brasileira está muito bem servida quanto a isso. Como o Tite fala sempre, tem mais ou menos 40 ou 50 jogadores que podem ser convocados sempre", contou em entrevista coletiva desta segunda-feira.




"Os treinadores precisam ter uma situação de descanso para alguns atletas. Eu, com 36 anos, tenho liberdade com o Lampard (técnico do Chelsea). Quando me sinto muito cansado ou tem risco de lesão, a gente acaba dando uma poupada. A relação que eu tenho com o Tite é a mesma", explicou.

De clube novo, Thiago Silva fez oito jogos pelo Chelsea na temporada e marcou seu primeiro gol no último final de semana, na vitória sobre o Sheffield United.




"Não somos máquinas, né? Nesse momento, não só na Inglaterra, mas acredito que em todos os campeonatos, estão tendo muitos jogos a cada três dias. Por um estudo que teve recentemente, as lesões estão muito mais próximas de acontecer após o quarto ou quinto jogo seguido. Isso é preocupante para a gente", analisou.

"Você manter uma linha defensiva que vem sendo convocada, que vem atuando junto, na convocação seguinte, claro que isso te dá uma confiança maior. Mas, também, os jogadores que vem vindo, Rodrigo Caio veio da última vez, precisou entrar logo no primeiro tempo com a lesão do Marquinhos e fez uma ótima atuação. O Tite, acho que nesse aspecto, está muito bem servido", concluiu.



Reaproximação com a torcida


Perguntado sobre a relação com a torcida brasileira, Thiago Silva admitiu que os amistoso pós-Copa América de 2019 não foram bons, mas que acredita que um bom início de Eliminatórias retomará a proximidade.

"É difícil da gente ter uma parâmetro nesse momento. O que a gente pode falar nesse momento é que os amistoso pós-Copa América não foram tão bons. Iniciando as Eliminatórias eu acredito que a gente conseguiu elevar um pouquinho esse nível de atuação. Acredito que isso, automaticamente, aproxime a torcida da Seleção, embora a torcida não possa estar no estádio, in loco, nos observando, nos empurrando", contou.

A Seleção Brasileira começa nesta semana sequência de treinos para os próximos jogos das Eliminatórias. Na sexta-feira, a equipe recebe a Venezuela pela 3ª rodada da competição; na outra terça-feira (17), visita o Uruguai. O Brasil tem duas vitórias em dois jogos.

Confira outros trechos da entrevista coletiva:

Convocação e próximos jogos


"Primeiramente, muito feliz de poder chegar no Campeonato Inglês com bons números, atuações convincentes, dando continuidade dentro da seleção brasileira que é meu objetivo. Como o professor falou, as minhas atuações e performance vão fazer com que eu me mantenha ou não na seleção. Mas o mais importante é o momento presente, o objetivo de classificar para a Copa do Mundo, e depois a gente vê o que acontece. Fora de campo estou me preparando muito.

Jogando em casa, vamos procurar mandar no jogo, aquilo que a gente vem fazendo em jogos aqui no Brasil. E fora, em Montevidéu, a gente sabe que o Uruguai é muito forte no Centenário, a qualidade do nosso adversário. Não vai ser um jogo como o das Eliminatórias passadas, em que fizemos 4 a 1, mas que a gente possa manter nossa performance em campo, principalmente nesses jogos contra os maiores rivais".

Impacto da falta de torcida na estratégia dos times


"Um todo, eu acredito que o Uruguai não vá mudar a sua estratégia de jogo perante a nossa equipe. Claro que é uma força suplementar a torcida estar presente, mas isso acontece do mesmo lado com a Venezuela que vai vir jogar no Brasil. Não vai ter a pressão contra ela jogando aqui no Morumbi. Então serve para os dois lados, tanto quanto a gente joga em casa quanto fora"

Grupo atual


"Todos os grupos que eu peguei e todas as gerações, desde o meu início aqui, foram muito parecidos. Jogadores que tinham uma responsabilidade muito grande e, consequentemente, desempenhando o seu melhor em cada clube. Em nenhuma dessas gerações eu vi jogadores tristes aqui, muito pelo contrário. A gente sente falta de estar aqui na seleção brasileira."

Experiência do futebol italiano, francês e inglês


"Eu tive um aprendizado muito grande na Itália. Na minha visão, uma das melhores escolas futebolísticas para zagueiros, para a fase defensiva, no caso. O nível de aprendizado foi muito grande. Depois, no Campeonato Francês, um pouco mais físico, um pouco mais forte. Embora o PSG tivesse um domínio amplo sobre seus adversários, a gente jogava um pouco mais exposto porque a gente tinha que arriscar um pouco. E, agora, no campeonato inglês o meu modo de ver, os dois últimos jogos que eu joguei, sai com dor de cabeça, tremendo, porque são jogadas áreas a todo momento, uma constância, um ritmo de jogo muito elevado. A gente vai tirando um pouquinho de cada escola dessa e vai colocando em prática aqui"

Diego Carlos


"Falar para o Diego aquilo que eu falaria para qualquer um que estivesse chegando na seleção brasileira, de aproveitar oportunidades, que são poucas. Quando tem oportunidade, não pode deixar passar de maneira alguma. Que ele faça aqui tudo o que vem fazendo no clube dele, não mude nada em termos de preparação e desempenho.

O homem, o Tite, pede sempre para que a gente venha para a seleção ter o mesmo desempenho do que vem tendo nos clubes. O que eu passo para ele é que mantenha a performance e desfrute desse momento, de primeira vez, que eu tive em 2007. Graças a Deus, consegui ter uma carreira dentro da Seleção vitoriosa.

Espero que ele consiga ter o mesmo caminho que eu tive lá atrás. Ele é um cara que enfrentei no Campeonato Francês, em Nantes e PSG. Não tive intimidade, mas uma resenha pós-jogo. A gente se encontrou uma vez no avião vindo para São Paulo, nos conhecemos melhor, mantivemos contato no WhatsApp e agora ele está na seleção pela primeira vez. Espero que seja a primeira de muitas.

Graças a Deus, consegui ter uma carreira dentro da Seleção vitoriosa. Espero que ele consiga ter o mesmo caminho que eu tive lá atrás. Ele é um cara que enfrentei no Campeonato Francês, em Nantes e PSG. Não tive intimidade, mas uma resenha pós-jogo. A gente se encontrou uma vez no avião vindo para São Paulo, nos conhecemos melhor, mantivemos contato no WhatsApp e agora ele está na seleção pela primeira vez. Espero que seja a primeira de muitas."

Lampard


"Quando eu estava para assinar com o Chelsea, quando dei o ok, ele (Lampard) me mandou uma mensagem em seguida com uma foto desse nosso cumprimento no amistoso, no Maracanã, que terminou 2 a 2. Para mim foi uma surpresa grande, não lembrava desse cumprimento, quem era o capitão. Ser treinado por ele eu não esperava, fico feliz que ele tenha gostado do meu trabalho e que eu posso continuar fazendo meu trabalho da melhor maneira possível para ajudar o Chelsea e estar na seleção.

É um motivo de orgulho ser treinado por um atleta com quem tive a oportunidade de jogar contra, um dos maiores meio-campistas do mundo. É sempre muito alegre poder dividir vestiário, trocar ideias. Ele é um cara que conversa muito comigo, estou procurando ajudar dentro e fora de campo, para fazermos nosso trabalho da melhor maneira".

Preparação atual


"O meu trabalho não tem mudado tanto, até porque eu sempre fui muito profissional. Quem me conhece sabe a maneira que me preparo para os jogos e desafios. Quando você tem uma idade já avançada no futebol, se cuida melhor na parte alimentar. Eu me alimentava muito mal e hoje me alimento super bem. Para estar em alto nível, desempenhando aquilo que o Chelsea e a Seleção querem de mim eu tenho que estar 100% para que possa fazer aquilo que me é questionado em relação a campo"

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