“Foi tudo muito rápido, não era nada programado. Na semana da negociação eu sabia que havia uma sondagem. Meu empresário falou que o Atlético ia mandar uma proposta. Inclusive foi na semana do jogo contra o Atlético. Na sexta eu fui treinar normalmente e estava concentrado para o que seria o meu sétimo jogo pelo Grêmio no Brasileiro. Depois do treino me tiraram do jogo, por conta da negociação. E uns 20 minutos depois que eu saí de uma conversa com o Pelaipe, o Kalil já deu aquela “twittada”. Aí eu falei, bom, agora vamos embora. Foi tudo muito rápido”.
Torcida mais chata do Brasil, se o problema era goleiro não é mais. Victor é do #Galo!
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) June 29, 2012
Desde a chegada, Victor já se viu num ambiente favorável a conquistas. O time era organizado, com grandes jogadores e uma estrutura muito boa. O goleiro conta que, num primeiro momento, a saída do Tricolor Gaúcho não era cogitada. Entretanto, com o projeto apresentado pelo Galo, acabou aceitando o desafio. E o título internacional nem estava nos planos num primeiro momento.
“Eu disse para o meu empresário que não era bem o plano que eu tinha. Mas ele me disse que o Atlético estava montando um time forte, para brigar por títulos. Estrutura espetacular, salário em dia. Na época se falava em brigar pelo Brasileiro, não falava ainda de Libertadores. Acabei aceitando o desafio por todas essas questões e pela torcida, que sempre foi muito apaixonada. Acho que fui feliz na minha escolha”.
Mesmo sendo considerado por muitos como o principal jogador das conquistas da Libertadores e Copa do Brasil, "São Victor", como é chamado, teve a ilustre companhia de Ronaldinho Gaúcho, eleito duas vezes o melhor jogador do planeta. O camisa 1 contou como foi a convivência com o craque, por quem o goleiro tem admiração dentro e fora das quatro linhas.
“Foi um prazer enorme. O Ronaldo é um cara que tratava todo mundo muito bem, Não se colocava num patamar de estrela, ou acima dos outros. Isso demonstrava a grandeza que ele tinha, não só pela qualidade técnica. Um dos maiores orgulhos que eu tenho na minha carreira é ter convivido quase dois anos com ele”.
Finalmente as lembranças dos títulos. O atleta de 37 anos lembra com orgulho e alegria das grandes conquistas da equipe. Principalmente a Libertadores, quando chamou a atenção pela participação decisiva nos momentos mais difíceis. Perguntado se este foi o melhor time do Galo de todos os tempos, diz acreditar que, até o momento, pode-se dizer que sim.
“A história está escrita, isso ninguém apaga. É muito gratificante você poder fazer parte disso de uma maneira tão marcante, tão protagonista. Principalmente na Libertadores, onde eu tive a chance de participar dos momentos mais marcantes desta conquista. Acho que isso não apaga. Foi o período mais vitorioso, o time mais forte. Claro que podem surgir outros, mas a importância desta conquista vai ser eterna”.
VIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR!
Defesa histórica do goleiro @victor1, que ficou conhecida como “O Milagre do Horto”, completa cinco anos nesta quarta-feira (30/5)! Certamente, uma noite que a Massa jamais esquecerá!
VALEU, SÃO VICTOR! AQUI É #GALO! 👊🏾 pic.twitter.com/XMc3CPFsOd
— Atlético 😷 (@Atletico) May 30, 2018
Apesar de um grande time, com Ronaldinho, Rever, Jô, Bernard, Tardelli e tantos outros excelentes jogadores, Victor destaca a participação de um elemento chave para o sucesso do clube. A torcida atleticana, que sempre esteve presente e deu show nas arquibancadas. Segundo o goleiro, a força para as grandes viradas vinha de lá.
“O grande segredo para as viradas foi nunca ter desistido. E a energia que vinha das arquibancadas era algo que dava muita força para a gente. A partir do momento em que o torcedor entoava o cântico de “eu acredito”, aquilo nos encorajava. E entre nós, nós falávamos: ‘se a torcida está dizendo que acredita, quem somos nós para desistir?’ Às vezes não era na técnica, era na raça. Mas muito se passava pelo apoio da torcida”.