Contratado de maneira emergencial, em virtude das lesões de Victor e Giovanni, o goleiro Lauro, de 35 anos, foi apresentado nesta quarta-feira como novo reforço do Galo, com quem assinou contrato até 31 de dezembro deste ano.
Em suas primeiras palavras como jogador do Atlético-MG, o experiente arqueiro, que contabiliza passagens por Cruzeiro e Internacional, disse viver um misto de emoções, tendo em vista a situação incomum que o tirou do pequeno Lajeadense, do Rio Grande do Sul, para um clube que, hoje, disputa a Copa Libertadores.
“Por todos os goleiros que poderiam estar aqui, me sinto privilegiado. É um momento de dois sentimentos, porque eu não gostaria de estar no lugar do Giovanni e do Victor. Dois goleiros que se lesionaram e que estão perdendo a oportunidade de estarem prontos para uma competição tão importante como a Libertadores. Por outro lado, estou feliz, porque, quando iniciei meus trabalhos no Lajeadense em dezembro, coloquei como meta fazer bons jogos para retornar ao alto nível. Foi uma sensação maravilhosa entrar num CT que dá toda a estrutura, companheiros de qualidade, uma comissão técnica e uma diretoria que vai brigar por títulos”, colocou Lauro, que substituirá permanentemente o goleiro Giovanni na lista de inscritos para a Libertadores.
“Sou consciente da situação que estou sendo contratado. Não poderia deixar passar esta oportunidade que é maravilhosa para qualquer profissional. Estou ciente que é uma situação cirúrgica, que é recuperar o Victor, o ídolo do time, e ter uma segurança, um suporte com minha presença”, acrescentou.
O cenário da contratação de Lauro se torna ainda mais surpreendente ao ser ressaltado o fato de que o goleiro dava a sua carreira como encerrada no ano passado. Após deixar o Bragantino no começo de 2015, o arqueiro se aposentou por sete meses, porém a vontade de voltar a atuar o fez assinar com o Lajeadense em dezembro. A escolha não poderia ser mais acertada.
“Neste período tive propostas para voltar, mas optei pela aposentadoria. Me desanimou o futebol nos últimos clubes que passei, várias situações adversas, estrutura ruim de trabalho, falta de pagamentos, falta de profissionais qualificados para te colocar no melhor nível. Achei que poderia estar respirando novos ares. Determinei que iria ter um ano sabático, que não ia fazer nada e ia me dedicar as minhas filhas, mas bateu a falta da adrenalina, a falta do desafio que o futebol traz. Não estava preparado e me arrependi. Rapidamente, tive a oportunidade da Lajeadense. Tive outras propostas, mas procurei manter o foco. Acho que o resultado está sendo positivo, estou aqui hoje e pronto para alçar voos maiores. Mesmo com 35 anos, me sinto bem, me sinto jovem e pronto fisicamente para qualquer tipo de situação”, destacou o goleiro, que reconhece ter se surpreendido com a oportunidade de defender o Galo.
“Sinceramente, não posso dizer que, com quatro meses de trabalho, estaria vestindo a camisa do Galo hoje. Foi uma situação adversa dos goleiros que aqui estão. Esperava que viessem outras propostas, mas não de um time do quilate do Atlético-MG. Por isso, a minha vontade é de retribuir toda a confiança depositada em mim”, completou.
