Saiba tudo sobre a escalada esportiva, nova modalidade dos Jogos Olímpicos - Gazeta Esportiva
Saiba tudo sobre a escalada esportiva, nova modalidade dos Jogos Olímpicos

Saiba tudo sobre a escalada esportiva, nova modalidade dos Jogos Olímpicos

Gazeta Esportiva

Por Redação

21/06/2021 às 18:39

São Paulo, SP

A escalada esportiva é uma das modalidades inéditas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. E para tentar ajudar no entendimento do esporte, a ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva) destacou algumas informações essenciais para acompanhar os quatro dias em que serão realizadas as competições, de 3 a 6 de agosto.

Estruturas artificiais
Inspirada na prática do montanhismo, a escalada esportiva é realizada em muros artificiais e as primeiras competições da categoria começaram muito recentemente, nos anos 1980. Os atletas da escalada esportiva, por sinal, não são chamados de alpinistas, mas sim, escaladores.

Além de habilidade, resistência, força e flexibilidade, é exigido desses profissionais muita estratégia. Na modalidade, é exigido que os atletas não só cheguem mais alto, como também sejam rápidos e façam o menor número de tentativas possível para chegar lá. Ou seja, escolher a melhor sequência na via - nome oficial dado aos possíveis caminhos dos muros - para atingir o objetivo é parte essencial do desafio.

Velocidade, boulder e guiada

O esporte tem três modalidades distintas e, para subir ao pódio em Tóquio, não basta ter bom desempenho em uma delas, já que a pontuação final das categorias masculina e feminina será obtida a partir de um cálculo que leva em consideração as colocações conquistadas em todas elas: velocidade, boulder e guiada.

Nesta modalidade, os escaladores percorrem uma via fixa, que não muda de uma competição para outra, em uma parede com 15 metros de altura e 5 graus de inclinação negativa. Ela exige velocidade, e vence a competição quem chegar ao topo no menor tempo.

"O início da prova, que chamamos de saída, é o momento em que há maior variação. Enquanto uns utilizam a saída padrão, outros optam por saídas alternativas, criando movimentos inéditos", explicou Raphael Nishimura, presidente da ABEE e vice-campeão do Mundial de Paraclimbing de 2012.

Ao contrário das outras duas modalidades, a velocidade é disputada entre dois atletas ao mesmo tempo. Ao final da prova, o próprio escalador deve apertar o botão para parar o cronômetro. A colocação será definida especificamente pelo tempo de execução da prova.

Boulder

(Foto: Divulgação)


Diferentemente de velocidade, neste caso, cada competição tem uma via diferente e é realizada individualmente. Essas vias são chamadas “boulders”, o que dá nome à modalidade. Uso de estratégia e raciocínio são os diferenciais, já que um competidor não pode ver o outro em ação e só tem conhecimento dos “boulders” no momento em que for realizar a prova. Isso traz o elemento surpresa para a escalada, motivo pela qual os escaladores também chamam as vias de "problemas".

E são vários os problemas que o competidor precisa enfrentar, porque na etapa qualificatória ele tem 4 vias a completar, quanto na final tem 3, com tempos pré-definidos. Cada via é concluída apenas quando o escalador chega à última agarra, chamada de “top”. No meio do percurso também é importante que ele use agarras intermediárias, chamadas “zonas”, que contribuem para sua pontuação. Quanto mais tops e mais zonas, melhor a colocação.

“O atleta pode fazer quantas tentativas quiser dentro do tempo limite, mas para as tentativas serem válidas ele precisa assumir uma posição específica no muro, seguindo as marcações das agarras, o que chamamos de ‘marcar a saída’. Porém, quanto menor o número de tentativas , melhor, já que isso é um critério de desempate caso os desempenhos sejam parecidos”, disse Nishimura.

A presença de um juiz é essencial nesta modalidade, pois é ele que contabiliza as marcações de saída, os tops alcançados e o número de tentativas realizadas.

Guiada

(Foto: Divulgação)


Com altura e uso de corda, essa modalidade é a que mais lembra a tradicional escalada em rocha. Porém, assim como no boulder, as vias são diferentes a cada competição e os atletas também não podem se ver escalando.

A guiada exige que os atletas subam o mais alto possível em um tempo limite de seis minutos. A parede tem 15 metros de altura e ao escalar os competidores têm que passar a corda nas proteções, em sequência, à medida em que progridem na via. Caso essa regra não seja cumprida, a tentativa é encerrada.

As cordas dão ao atleta margem para pequenas quedas e, conforme ele avança, o percurso vai ficando cada vez mais difícil, exigindo maior resistência, mas também proporcionando maior pontuação. As agarras de mão que são usadas pelos escaladores têm pontuações crescentes, da mais baixa para a mais alta, e o juiz avaliará qual foi a última utilizada e a pontuação correspondente. A via só será considerada concluída quando o escalador passar a corda na última proteção.

Caminho para o pódio

Antes de chegar à disputa pelas medalhas, os atletas passam pela fase qualificatória, que acontece nos dois primeiros dias, 3 de agosto para o masculino e 4 agosto para o feminino. Dos 20 competidores, apenas os 8 mais bem colocados seguem para as finais, que serão realizadas nos dias 5 para masculino e 6 para feminino.

Nas duas etapas, as provas são combinadas com velocidade, boulder e guiada, mas há algumas variações. Na primeira etapa, os atletas têm duas tentativas em velocidade, e os melhores tempos serão considerados para a classificação na modalidade. Já na final, os confrontos de velocidade são definidos por um chaveamento, de forma que todos os competidores façam o mesmo número de provas. Esses confrontos são estilo mata-mata e o vencedor do confronto direto com o outro competidor avança.

Já no boulder, a diferença é em relação ao número de vias e aos tempos de execução definidos. Na classificatória, os escaladores têm que concluir 4 vias em até 5 minutos cada, já na final é preciso completar 3 vias em 4 minutos cada. A conquista de medalha será definida a partir de um score, cujo cálculo leva em consideração o desempenho nas três modalidades. Subirão ao pódio os competidores com os menores scores.

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