O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) deseja integrar o top 10 do quadro de medalhas dos Jogos do Rio de Janeiro 2016 no quesito número de pódios. Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes da entidade, justificou o critério e se disse favorável à naturalização estratégica de atletas estrangeiros.
Normalmente, a colocação dos países no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos é definida pelo número de medalhas de ouro. Ou seja, uma nação com um ouro supera outra com cinco bronzes. O COB, por sua vez, prefere adotar a quantidade absoluta de pódios.
“Não adianta eu ganhar oito ouros na velocidade, como a Jamaica. Ela nunca vai ser uma potência olímpica. Para nós, uma potência olímpica é alguém que está no top 10 e ganha medalhas em mais de 10 modalidades. É isso que dá abrangência. Nossa meta não tem cor, é o total de medalhas”, disse Freire ao Sportv.
Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o Brasil conquistou três ouros, cinco pratas e nove bronzes, totalizando 17 medalhas em nove modalidades diferentes. Assim, ficou na 22ª colocação por número de títulos e no 16º posto apenas por quantidade de pódios.
“Queremos saltar para o 10º lugar, com cerca de 28 medalhas. É um conceito de sustentabilidade. Não adianta ter só maratonistas, como alguns países da África. Além disso, o brasileiro tem a cultura dos esportes coletivos, como vôlei, basquete e handebol. É a nossa característica e por isso apostamos no total de medalhas”, declarou Freire.No ciclo antes dos Jogos do Rio de Janeiro 2016, algumas confederações olímpicas vêm trabalhando na tentativa de naturalizar atletas de maneira estratégica, como a Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA) e a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
“Na verdade, faz parte. Já tivemos o (tenista) Fernando Meligeni, o (canoísta) Sebastian Cuattrin (ambos nascidos na Argentina). Não vejo isso como uma perda de espaço de algum atleta brasileiro. É uma ou outra exceção, para compor”, disse Freire.
O diretor executivo de esportes do COB também é um entusiasta da contratação de treinadores estrangeiros – atualmente, de acordo com o próprio Freire, há 46 técnicos do exterior em ação no Brasil. Nesta terça-feira, faltarão 500 dias para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.