Criticado recentemente por uma coalizão de clubes da Liga de Basquete Feminino por conta de suas práticas na convocação das atletas para eventos-teste visando os Jogos Olímpicos, Luiz Augusto Zanon se desligou do cargo de treinador da Seleção após dois anos e dez meses. Com problemas de sáude, o técnico não disse ter condições de comandar o time rumo a 2016.
No comunicado divulgado no site da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Zanon reforça que foi uma decisão voluntária e contrária ao que queria o próprio corpo diretivo da CBB. O técnico agradeceu ao apoio durante o trabalho e desejou sorte ao novo comandante.
“Venho a público declarar a difícil decisão que tomei para abdicar do cargo de técnico da Seleção Brasileira Adulta Feminina, para preservar meus problemas de saúde, pois temo não permitir a dedicação e a intensidade necessárias para conduzir a equipe brasileira, da forma que entendo, em uma competição da importância dos Jogos Olímpicos”, declarou.
“Pela história que construí no basquete, modalidade que amo e trato com o respeito devido, o que é raro hoje em dia, preferi sofrer com esse afastamento voluntário do que sofrer por não estar em condição momentânea de cumprir uma parte importante e fundamental do projeto”, acrescentou Zanon, desejando sorte ao sucessor.
Depois de quase três anos no cargo, o técnico admite que teve contato com todos os escalões da CBB e negou qualquer ação de má fé diante das recentes polêmicas. “Conheci todas as dificuldades que as pessoas que lá trabalham têm na condução da modalidade e pude comprovar que o trabalho é limitado exclusivamente pela falta de recursos”, criticou.
Críticas dirigidas antecederam desligamento de Zanon
Na tarde da última terça-feira, uma força-tarefa formada por seis clubes de basquete feminino da Liga Nacional (América de Recife, Corinthians/Americana, Maranhão Basquete, Presidente Venceslau, Sampaio Correa e Santo André) emitiu uma nota de repúdio com relação aos métodos da CBB na convocação das atletas.
Com citações explícitas ao nome do técnico Luiz Zanon e ao diretor Vanderlei Mazuchini, a nota reforça que a conduta dos dirigentes muitas vezes é errônea, uma vez que os eventos-testes das Olimpíadas, que deverão acontecer em janeiro, não estão no calendário da Fiba, entidade mundial que coordena o basquete.
“Membros da comissão técnica têm comprovado o desrespeito com atletas, técnicos, clubes, dirigentes e, acima de tudo, com os seres humanos que estão em plena atividade na disputa da 6ª edição da Liga Feminina de Basquete. De forma clara e desesperada, procuram desestabilizar este grupo através de informações que não procedem”, escreveu o comunicado sobre as ameaças de punição.
