Geminiana 'indecisa', Etiene Medeiros exibe medalha na volta ao Brasil
Por Thiago Tassi*
02/08/2017 às 15:33 • Atualizado: 02/08/2017 às 16:18
São Paulo, SP
“Aquele dia foi muita energia, muita emoção. Foi tudo muito intenso. Está abaixando aos poucos, ter voltado ao Brasil foi muito bom. Agora vim ver o presidente [da Fiesp, Paulo Skaf], já fui treinar no Sesi. Então a energia vai e volta, a euforia ainda continua, porque, querendo ou não, estar apreciando esta medalha, vivendo ela dia a dia, todo mundo pegando, é muito bom e a gente fica relembrando muito da prova”, disse, abrindo a coletiva.
Apesar da relevância do último título, a geminiana de 26 anos ressaltou todos os outros triunfos na água, e, se não sabe onde guardará a mais nova medalha, se dará uma atenção especial a ela em sua prateleira, de uma coisa tem certeza: a medalha "correrá" com ela, passará pelas mãos das pessoas que convivem com Etiene.
“Cada conquista minha tem um ‘gostinho’ diferente. Eu não consigo, eu sou geminiana, tenho dúvida em tudo [risos]. Cada medalha tem o seu brilho. Cada medalhinha, cada colocação tem um gosto diferente. Eu tento ter sempre um carinho por elas. Todas estão aqui em São Paulo, as principais. Sempre que vou para o Recife eu tento levar comigo. Mas eu sou muito assim, eu gosto que todo mundo viva isto comigo, hoje [quarta] vou levar ela para o clube, todo mundo vai pegar, sentir. Porque é isto que a gente precisa, de exemplos”, assegurou.
Em seguida, Etiene comentou sobre a acirrada disputa que teve com a chinesa Yuanhui Fu, que bateu na borda um centésimo depois da brasileira. “No momento da prova, a gente não consegue mensurar quem está do lado, se está na frente ou atrás. Então a gente só sabe mesmo o resultado quando bate na borda e olha lá o número. Eu nem vi que foi por um centésimo. Eu só vi depois, que olhei para o placar. Mas na hora, quando eu vi o um, olhei para o Vanzella [técnico de Etiene desde 2013], já vi ele pulando. Então vibrei, aquele braço saiu [da água]”, completou.
Energia, parceria e admiração: a amizade com a campeã Ana Marcela
Amigas desde muito cedo, Etiene Medeiros e Ana Marcela, campeã na prova de 25km em Budapeste, e bronze nas provas de 5km e 10km, têm uma relação que transcende a parceria no esporte. Em São Paulo há um tempo, as atletas que já competiram juntas quando crianças começam a se identificar desde as origens, já que as duas são nordestinas.
“Nordestino, quando tem outro nordestino do lado, sabe que tem uma ligação. Eu sou bem próxima a ela, conheço ela desde pequena, a gente nadou na mesma equipe, ela está aqui em Santos há anos. Tenho um respeito imenso por ela, pela família dela”, afirmou.
No final da coletiva, a pernambucana Etiene Medeiros revelou uma brincadeira que faz com a baiana Ana Marcela em mundiais: "Ela sempre vinha, entregava a medalha, a gente brincava. Ela falava: ‘Sente a energia’. Eu tenho uma proximidade muito boa com ela, me inspira”. Em seguida, revelou como ela se deu em Budapeste. “Não [aconteceu essa ‘energização’], porque ela competiu em uma outra cidade. Então a gente conversou por mensagem, áudio. Ela falou assim: ‘Quando você tem 1% de chance, você tem que ter 99% de fé’, ela é bastante religiosa”, finalizou.
*Especial para a Gazeta Esportiva