O Brasil terminou apenas em 16º lugar no Mundial de Handebol do Catar, mas foi uma das grandes revelações ao fazer frente a seleções com muita tradição no esporte, como a Croácia, bronze na última edição e líder do Grupo B, para quem perdeu por apenas um gol de diferença (26 a 25) nas oitavas de final. A Seleção Brasileira demonstrou evolução e conquistou duas vitórias, diante de Bielorrússia e Chile, mas não passou vergonha diante da atual campeã Espanha e da Eslovênia, quarta colocada em 2013, e foi derrotado com diferenças pequenas no placar. O técnico Jordi Ribera fez uma avaliação do desempenho verde-amarelo e sentenciou: a equipe merecia ter ido além na competição.
"Se fizermos um balanço desse Mundial, acho que merecíamos muito mais. Saímos com a cabeça erguida, mas muito tristes, porque acho que tivemos méritos para ir muito mais longe. Temos que ser uma equipe ambiciosa. Uma das lições que temos que aprender aqui é que podemos, que estamos lá. Nos faltam apenas detalhes", afirmou o comandante.
"Não somos uma equipe de grandes estrelas, mas enfrentamos o campeão mundial, o quarto colocado e o medalha de bronze. Nenhum destes países, que têm atletas jogando nos melhores times da Europa, foram capazes de nos vencer de forma clara. Sempre tivemos a possibilidade de ganhar. Eu deixo o Catar muito triste porque sei que hoje, o handebol do Brasil merecia estar nas quartas de final", acrescentou.
Com elenco jovem, o grupo segue a preparação visando os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O treinador vê um futuro promissor para a modalidade no Brasil, e para brigar pelo título inédito em 2016, ele detalhou a preparação planejada pela Conferação Brasileira de Handebol (CBHd).
"Nesse Mundial mostramos que temos argumentos para brigar com qualquer equipe. Nos falta dar um passo a mais. Evidentemente, jogar em casa pode nos fazer dar esse passo adiante. Até o final de 2015, vamos seguir com um trabalho similar ao que estamos fazendo, levando em conta que temos vários atletas jogando na Europa e somente podemos fazer fases com eles, quando tenham folga dos clubes. Já nos últimos seis meses, vamos ver a possibilidade de que esses atletas estejam mais tempo concentrados e a nossa disposição. Teremos um ano e meio até lá. Nesse tempo, vamos disputar alguns torneios, tanto no Brasil quanto fora que irão nos ajudar na preparação", explanou Jordi.
Antes das Olimpíadas, contudo, a Seleção ainda terá alguns compromissos importantes, como os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho deste ano. Além disso, a Seleção Júnior, com atletas que foram destaque em Doha, como o central João Pedro Silva e o armador José Guilherme de Toledo, vai disputar o Mundial da categoria. Como as competições coincidem, Ribera não poderá estar presente com os garotos do Júnior e lamentou a situação.
"Infelizmente teremos um choque no calendário entre essas duas competições. Mas são coisas que não temos controle. Além de estar no Pan, gostaria muito de estar no Mundial Júnior, porque é uma categoria importante e com atletas que podem fazer a diferença no futuro", finalizou.
Os jogadores da Seleção que atuam no Brasil voltam do Catar junto com a comissão técnica na próxima quinta-feira, às 19h10 (de Brasília), após as quartas de final. Os jogos do Mundial continuam ao longo da semana e a decisão está marcada para domingo, às 14h15. Pouco antes, às 11h30, ocorre a disputa do terceiro lugar.
