Ídolo em Mirassol, Xuxa se declara à cidade e ao clube, mas revela "cobrança do povo" - Gazeta Esportiva
Ídolo em Mirassol, Xuxa se declara à cidade e ao clube, mas revela "cobrança do povo"

Ídolo em Mirassol, Xuxa se declara à cidade e ao clube, mas revela "cobrança do povo"

Gazeta Esportiva

Por *Mateus Videira

17/01/2018 às 12:00

São Paulo, SP

A fórmula de muitos clubes do interior paulista para a disputa do Campeonato Estadual é somar a experiência de alguns atleta à determinação dos mais jovens em conquistarem um lugar ao sol e utilizarem a competição para holofotes em busca de uma progressão. No Mirassol a situação segue os mesmos padrões e quem lidera o time em mais uma temporada, como principal referência técnica, é o meia Xuxa, ídolo da cidade e do clube que aposta na continuidade do trabalho para mais uma temporada na elite do estado.

Cássio Luis Rissardo foi um nome pelo qual o meio-campista nunca foi chamado no meio do futebol. O fato de ser conhecido apenas por seu apelido foi algo que incomodou Xuxa no início, mas logo deixou de ser um problema para se tornar uma forma a mais de ser reconhecido. Hoje em dia, nem a própria família reconhece o atleta pelo nome batizado.

"Esse é um apelido que me acompanha desde os meus cinco anos. Eu jogava bola com meu pai e alguns amigos dele. Por conta do meu cabelo loiro e grande desde aquela época, começaram a me chamar de Xuxa. No começo eu odiava, ficava bravo, mas quando comecei a jogar (futebol) salão com nove, dez anos não dava mais para mudar", comentou o experiente jogador. "Hoje poucas pessoas me chamam de Cássio, só minhas duas tias. É um nome forte, que traz grandes obrigações por tudo, tem muita cobrança, mas hoje eu gosto e estou acostumado", revelou Xuxa, em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

Xuxa chega para o Campeonato paulista como uma das referências do Mirassol (Foto Vinicius de Paula/ Agência Mirassol FC)


Seis passagens, 71 jogos oficiais disputados e 38 gols marcados. Xuxa construiu uma relação bastante íntima não apenas com o clube, como também com o povo e a cidade de Mirassol. Carinho é uma palavra que não falta de quem encontra o meio-campista nas ruas, mas não apenas de afeto é esse relacionamento. A cobrança por boas atuações e um rendimento sempre superior ao da passagem anterior faz do jogador de 36 anos sempre motivado por se provar capaz de ajudar.

"Não tenho o que falar de Mirassol. Na cidade tenho meu trabalho reconhecido e isso é muito bom. Todo o carinho que eu recebo deles é muito marcante, muito bom, mas também tem cobrança eterna para que eu repita outras passagens vitoriosas. Cada vez que volto para o Mirassol tenho que trabalhar mais, me dedicar para alimentar essas expectativas. Mas o pessoal que trabalha na diretoria, os funcionários sempre demonstram carinho. Faço questão de cumprimentar, dar um abraço e volta para cá é sempre um prazer", ressaltou o camisa 10.

Mais do que uma referência, Xuxa desempenha um papel importante também nos bastidores do clube. Pelo investimento inferior em relação aos clubes paulistas de maior expressão, a aposta nos jovens é uma das alternativa muito utilizada e o meia é parte fundamental dessa adaptação. Deixando clara a responsabilidade, o camisa 10 também faz questão de abordar o calendário, que acaba "obrigando" os clubes do interior a utilizar este modelo de gestão.

Xuxa espera que o Mirassol possa ir além da permanência na elite (Foto: Vinicius de Paula/Agência Mirassol FC)


"Hoje os clubes do interior não possuem um calendário anual, jogando o estadual e fazendo o possível para se reforçar", expôs Xuxa. "Pela minha longa experiência em Mirassol, sempre dou um toque para tomarem cuidado com o que fazem, porque sempre alguém fica sabendo, principalmente nas cidades pequenas. Tento falar para se dedicarem ao máximo, desempenharem uma boa campanha, não acharem que é somente jogar, sem treinar bem. São só três meses de competição e vale muito a pena eles fazerem o máximo para o bem deles", explanou.

Promovido á elite paulista em 2016, a equipe do Mirassol mantém os pés no chão quanto ao objetivo principal. Diante do equilíbrio que marca a competição, evitar o descenso é o primeiro passo para um ano que ainda possui a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Para os resultados positivos, a aposta é na continuidade do trabalho de Moisés Egert, que assumiu em 2016.

"A preparação está sendo boa. Está bem próximo de começar o Campeonato Paulista, estamos fortes, sabemos que o nível do campeonato é alto, pois são 16 clubes, caem dois e a concorrência é enorme. Sabendo disso, nosso primeiro objetivo é permanecer na primeira divisão, alcançar uma boa pontuação. Depois, aí sim, pensar em algo maior, uma segunda fase, que é um sonho de todos da cidade", explicou o ídolo do Mirassol.

"Com certeza vencer os clubes grandes pode ser um diferencial. Sabemos da dificuldade de vencer os grandes e aos pequenos que vencerem dificilmente serão rebaixadas. Vamos ver o que conseguimos fazer e depois, contra as equipes menores, em confrontos diretos, temos de fazer nosso melhor para se manter na Série A", finalizou Xuxa, que acredita no potencial do elenco do Mirassol para "arrancar" pontos preciosos de São Paulo, Palmeiras e Corinthians, adversários na primeira fase.

*Especial para Gazeta Esportiva

Conteúdo Patrocinado