Há exatamente um ano, no dia 5 de janeiro de 2014, falecia um dos maiores jogadores do futebol lusitano: o atacante Eusébio da Silva Ferreira, 11 vezes campeão português com o Benfica. Completado um ano da data, o presidente do clube português, Luis Filipe Vieira, segue recordando a convivência com Eusébio sem dar margem às inevitáveis comparações com Cristiano Ronaldo, ícone do futebol português atualmente.
Às vésperas de inaugurar uma avenida em homenagem a Eusébio, nesta segunda, próximo ao Estádio da Luz, sede do Benfica, o presidente Luis Filipe comentou sobre a maior qualidade que via no Pantera Negra: a humildade. “Vivi inúmeros episódios com Eusébio. A loucura que provocava nas pessoas, as histórias que contava, a veneração que todo mundo tinha por ele. E, de repente, o mais engraçado era a forma como as pessoas ficavam desconcertadas quando percebiam a simplicidade e a humildade de Eusébio”, reconheceu, em entrevista ao jornal Record.
Perguntado sobre as semelhanças entre o estilo de jogo de Eusébio, artilheiro em sete temporadas e bicampeão europeu pelo Benfica, e o de Cristiano Ronaldo, que vem acumulando recordes e pode conquistar o prêmio de melhor do mundo da Fifa pelo segundo ano seguido – em cerimônia que acontece em 12 de janeiro –, o presidente quis evitar comparações, respeitando os dois atletas cada um a seu tempo.
“Não se pode comparar jogadores que atuaram em épocas distintas e em condições tão diferentes. Não tenho dúvidas que Ronaldo, jogando na década de 60, teria igualmente um arremate forte, mas é evidente que comparar as botas, as camisas e os gramados da época de Eusébio com os atuais não faz sentido”, admitiu.
Vítima de uma parada cardiorrespiratória fulminante, aos 71 anos, Eusébio pôde disfrutar de um contrato vitalício com o Benfica, clube pelo qual marcou 473 gols em 440 partidas oficiais. “Quando assumi a presidência, dei indícios de que seria oferecido um contrato vitalício a Eusébio. Recordo o dia em que ele foi assinar, as palavras que disse e a emoção que deixou transparecer e que me tocou. Foi como se Eusébio finalmente recebesse do clube o reconhecimento e o apoio que já não esperava receber”, contou o presidente.