O presidente da Uefa, Michel Platini, concedeu nesta sexta-feira a primeira entrevista coletiva desde que anunciou em julho a intenção de concorrer à presidência da Fifa. O dirigente francês se negou a comentar os termos de sua candidatura por ainda estar à frente da instituição europeia, mas usou a oportunidade para provocar Joseph Blatter. Antigo aliado de Platini, o mandatário da entidade máxima do futebol convocou novas eleições após o FBI (polícia federal norte-americana) ter desmantelado uma rede de corrupção chefiada por dirigentes filiados à organização.
Questionado por que a Uefa não havia sido implicada nas denúncias do FBI, Platini sorriu para as câmeras antes de se gabar: “Tudo graças ao presidente”, declarou, em clara menção a Blatter. À época das denúncias, o presidente da Fifa disse que não tinha conhecimento dos crimes que eram cometidos na entidade. “O presidente cumpre integralmente com todos os mecanismos determinados pela Uefa. As pessoas são a chave do processo. São as pessoas que garantem o funcionamento das regras. Não são as regras que determinam o comportamento das pessoas”, afirmou Platini.
Platini também indicou que apoiará uma nova determinação para limitar o número de mandatos que um presidente pode servir como chefe das federações internacionais de futebol. Segundo o jornal britânico The Guardian, fontes próximas ao dirigente indicaram que ele está confiante com relação à candidatura. O francês tem conversado com representantes asiáticos de destaque para angariar os votos necessários para se eleger.
O principal adversário de Platini até o momento é o sul-coreano Chung Mong-joon, cuja família controla a companhia Hyundai. Ele exerce atualmente o cargo de vice-presidente honorário da Fifa e terá de correr contra o tempo para conquistar o apoio dos principais dirigentes asiáticos antes do francês. Para o Guardian, no entanto, é improvável que Chung conquiste capital político suficiente para concorrer de igual para igual com Platini. O ex-jogador brasileiro Zico também expressou o desejo de se candidatar ao posto, mas corre por fora na disputa.
