Ex-jogadores se comovem por morte e exaltam carreira de Carlos Alberto - Gazeta Esportiva
Ex-jogadores se comovem por morte e exaltam carreira de Carlos Alberto

Ex-jogadores se comovem por morte e exaltam carreira de Carlos Alberto

Gazeta Esportiva

Por Redação

25/10/2016 às 14:55 • Atualizado: 25/10/2016 às 19:14

São Paulo, SP

A morte de Carlos Alberto Torres pegou o mundo do futebol de surpresa. O eterno capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970 faleceu nesta terça-feira, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um infarto fulminante. Ex-jogadores lamentaram a notícia trágica e exaltaram a carreira do Capita.

“Foi o maior lateral de todos, porque o cara não era o jogador que hoje teria toda a liberdade para apoiar. Na época, eles seguravam mais. De qualquer maneira, ele chegava, apoiava. Era um cara muito difícil de ser driblado. Tinha um poder de marcação muito grande. Para mim, na Seleção de todos os tempos, ele é o lateral. Depois passou toda essa experiência quando foi para a zaga”, disse Zico ao canal Fox Sports.

Companheiro de Carlos Alberto na Seleção Brasileira campeã do mundo em 1970, o ex-meio-campista Gerson destacou a capacidade de liderança do Capita, que foi escolhido como capitão daquela equipe pelos próprios jogadores.

“Nós perdemos um companheiro excelente, um profissional da melhor qualidade e um amigo, acima de tudo. Ele tem a importância de um capitão de uma Seleção tricampeã do mundo, que hoje o mundo diz que foi a melhor seleção de todas as Copas. E ele não foi capitão porque a direção quis, fomos nós quem o elegemos. Ele para nós tinha uma importância capital, dentro e fora das quatro linhas. Ele era o cara, a liderança que ele tinha ninguém nunca mais vai ter. Todo mundo perde um pouco com a morte do Carlos Alberto”, declarou Gerson ao Sportv.




Outro atleta que também fez parte da Seleção de 70, Paulo César Cajú, fez questão de exaltar a importância de Carlos Alberto Torres para o futebol mundial, comparando sua representatividade para o Brasil com Beckenbauer na Alemanha e Bobby Moore na Inglaterra.

“É uma perda irreparável para o futebol mundial, por tudo o que o Carlos Alberto significou como pessoa e como jogador. Foi um dos maiores do mundo em sua posição. Ele foi um dos capitães mais representativos do mundo. O que Beckenbauer representa para a Alemanha e o que Bobby Moore representa para a Inglaterra, Carlos Alberto representa para o Brasil. A gente perde um ser humano excepcional”, afirmou Cajú ao Sportv.

Responsável por iniciar a jogada que terminou com o quarto gol do Brasil sobre a Itália na final da Copa do Mundo de 1970, marcado justamente por Carlos Alberto Torres, o ex-volante Clodoaldo relembrou o papel do Capita naquele grupo de jogadores que conquistou o tricampeonato mundial no México.

"O grupo de 70 formou amigos, nós somos uma família. O Carlos Alberto era um irmão mais velho, dava bronca quando precisava, mas sempre queria o melhor para ele e para os companheiros. Carlos era meu companheiro de quarto. Ele me falava em 1970: 'Vou levantar a taça de campeão, fica tranquilo, vamos dar esse título ao Brasil'. Ele sempre me dizia que o quarto gol contra a Itália começou com minha sequência de dribles e essa era a obra de arte daquele gol", contou à ESPN Brasil.



Titular do meio de campo memorável da Seleção de 1970, Paulo Roberto Falcão foi outro ex-companheiro de Carlos Alberto a destacar sua relevância para o futebol mundial. Para o eterno Rei de Roma, o Capita tinha a habilidade de deixar os jogadores mais jovens sempre a vontade, exercendo sua liderança  e experiência dentro e fora de campo.

"Foi com muita tristeza que soube da morte de Carlos Alberto Torres. Jogamos juntos, por pouco tempo, na Seleção Brasileira. Com a experiência e a liderança que lhe eram peculiares, sempre soube deixar os mais jovens à vontade. Figura de amizade fácil, Carlos Alberto Torres ficará para sempre na história do futebol mundial como um dos maiores de todos os tempos", escreveu Falcão em comunicado oficial.

Companheiro de Carlos Alberto Torres dentro de campo e, posteriormente, comandado por ele, Júnior exaltou o pioneirismo do Capita como treinador ao abolir a concentração e permitir que os jogadores passassem a noite anterior aos jogos em casa.

"Tive Carlos Alberto como um dos ídolos da minha infância e depois tive o privilégio de poder jogar ao lado dele e receber seus conselhos e suas orientações. Posteriormente, em 1983, fui campeão brasileiro comandado por ele no Flamengo, com algumas inovações, como quando ele acabou com a concentração. Ele dizia que nós tínhamos de ter responsabilidade, que ele não ia ficar de babá de ninguém, que os casados tinham de ir para casa dormir, cuidar do filho e da mulher para depois voltar com a cabeça boa para jogar. Isso mostrou toda a sua liderança e seu pioneirismo, porque naquela época todo mundo concentrava", opinou o Maestro.

Técnico do pentacampeonato da Copa do Mundo, em 2002, Luiz Felipe Scolari divulgou um comunicado oficial lamentando a morte de Carlos Alberto Torres e dando força à família. "Nós da comissão técnica e atletas do Guangzhou queremos expressar nosso sentimento de pesar pelo falecimento de nosso grande capitão e amigo. Pêsames à família", manifestou Felipão.

 

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