Nova Fribourg - Gazeta Esportiva
Bruno Ceccon
Nova Friburgo, RJ
05/23/2018 09:00:29
 

Há torcedores da Suíça nas proximidades da Granja Comary, base da Seleção Brasileira na preparação para a Copa da Rússia. Vizinho de Teresópolis, o município de Nova Friburgo foi fundado por imigrantes do país que enfrenta o Brasil na estreia do Mundial.

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Com a Suíça em profunda crise econômica e social, o cantão de Fribourg enviou um emissário ao Brasil em 1818 para negociar com o rei Dom João VI. Após o acordo com o monarca, firmado em um 16 de maio, 429 famílias imigraram para a região serrana e fundaram Nova Friburgo.

Em dificuldades com o clima e para cultivar as terras locais, alguns colonos não permaneceram no povoado, enquanto outros ficaram e passaram a trabalhar com comércio. Duzentos anos depois, Nova Friburgo ainda tem laços com a Suíça, como foi possível ver nas comemorações pelo bicentenário da cidade, festejado há uma semana.

A Casa Suíça, localizada a menos de 60 quilômetros da Granja Comary, é um símbolo da influência helvética na região. O centro cultural compreende um memorial, uma galeria de artes, um auditório com 155 lugares e uma boutique de livros e souvenires, além de uma queijaria que difunde a arte suíça da fabricação de queijo e chocolate ao leite.

Às 15 horas (de Brasília) do próximo dia 17 de junho, a Seleção preparada em Teresópolis encontrará a Suíça em seu primeiro compromisso pela Copa do Mundo. De acordo com Rosane Canto, diretora cultural da Casa Suíça, o time europeu conta com torcedores em Nova Friburgo.

“Sempre tem. Para eles, é um orgulho dizer que têm um pezinho na Europa, que os ancestrais vieram e passaram por muitas dificuldades, mas que hoje eles estão aqui, perseverantes”, contou a turismóloga, que em 2013 realizou período de estágio na Suíça.

Antes concentrada nos festejos pelos 200 anos de fundação de Nova Friburgo, a Casa Suíça agora estuda a possibilidade de promover um evento para acompanhar o confronto pela Copa do Mundo, que será disputado na cidade russa de Rostov.

“Todos ficam naquele pensamento: para quem vou torcer? Mas o coração bate pelos dois países. Ganhando um ou outro, todo o mundo está feliz”, contou Rosane Canto sobre os torcedores de Nova Friburgo, reconhecida oficialmente como “Suíça brasileira” pelo governo de Luiz Fernando Pezão em setembro de 2017.

A Granja Comary, base da Seleção, fica a menos de 60 quilômetros da Casa Suíça (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

A Casa Suíça, fundada em 1996, mantém diálogo constante com o país europeu por meio do Instituto Fribourg-Nova Friburgo e do contato com as representações diplomáticas instaladas no Brasil. Localizado no quilômetro 18 da estrada Friburgo-Teresópolis, o local abre todos os dias (9h às 18h) e cobra R$ 1,00 de entrada.

A entidade costuma receber excursões escolares e visitantes suíços, além de turistas de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Curiosamente, de acordo com a diretora cultural Rosane Canto, os habitantes de Nova Friburgo ainda estão “descobrindo” o local.

“Por incrível que pareça, as pessoas acham a Casa Suíça longe, porque fica a 20 quilômetros do centro. Estamos começando uma agenda de eventos para fazer com que ela seja mais conhecida dentro do próprio município. Ainda há muitas pessoas em Nova Friburgo que são descendentes de suíços, mas não sabem”, explicou.



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