O Corinthians conhecerá o seu presidente pelos próximos três anos neste sábado, no Parque São Jorge, em uma das mais acirradas eleições da sua história. Após a Justiça impedir que três candidaturas fossem anuladas, permaneceram cinco postulantes à sucessão de Roberto de Andrade – Andrés Sanchez, Antonio Roque Citadini, Felipe Ezabella, Paulo Garcia e Romeu Tuma Júnior. O pleito terá início às 9 horas e encerramento às 17 horas.
Não serão apenas os presidenciáveis, contudo, que concorrerão. A eleição deste fim de semana ficará ainda mais inflamada por se tratar da primeira após a instituição do modelo de chapinhas para a composição do Conselho Deliberativo do Corinthians. O corpo de 200 conselheiros trienais deixará de ser formado por meio de um chapão fechado para dar lugar a oito grupos de 25 pessoas cada, além de dois suplentes, eleitos por voto.
Dessa maneira, a maioria dos candidatos acredita que o engajamento dos associados – geralmente, o clube atrai entre 3.000 e 4.000 eleitores – seja maior nesse pleito. O certo é que o novo presidente terá mais dificuldades para gerir o Corinthians, uma vez que precisará lidar com um Conselho Deliberativo plural.
Durante as suas campanhas, os candidatos já experimentaram a efervescência da política corintiana, que rachou situação e oposição. Antonio Roque Citadini, por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), e Paulo Garcia, pela polêmica quitação de débitos de associados em troca de votos, chegaram a ser impugnados pela comissão eleitoral do clube e conseguiram reverter a decisão na Justiça. Já Andrés Sanchez teve que se defender de uma ação judicial na qual Romeu Tuma Júnior citava o mandato como deputado federal como um impeditivo para a candidatura do rival.
Às vésperas da eleição, os presidenciáveis também tiveram conhecimento de uma pesquisa realizada pelo instituto Ibope Inteligência, segundo a qual Paulo Garcia possui 26% das intenções de voto contra 25% do ex-mandatário Andrés Sanchez (apontado pelos demais como “o candidato a ser batido”). A margem de erro é de cinco pontos porcentuais para mais ou para menos, o que configura um empate técnico entre os líderes.
A pesquisa ainda colocou Antonio Roque Citadini com 14%, no terceiro lugar, seguido por Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior, com 9% cada. Votos brancos e nulos somam 3%, e há ainda 15% de indecisos. Foram entrevistados 400 associados entre os dias 15 e 20 de janeiro e 26 e 31 do mesmo mês.
Para colaborar com a formação de opinião da torcida do Corinthians, a Gazeta Esportiva publicou longos depoimentos de Andrés Sanchez, Antonio Roque Citadini, Felipe Ezabella, Paulo Garcia e Romeu Tuma Júnior nos últimos cinco dias. Cada um deles teve aproximadamente uma hora de entrevista para defender as suas ideias e palpitar sobre os mais variados assuntos, da política corintiana à gestão da dívida do Estádio de Itaquera. Conheça os cinco abaixo.
ANDRÉS SANCHEZ
Vice-presidentes
Alexandre Husni e Edna Murad
Atividade profissional
Deputado federal e empresário
Histórico no Corinthians
Conselheiro vitalício, diretor-adjunto das categorias de base em 1997, vice-presidente de Esportes Terrestres em 2003, vice-presidente de futebol em 2005 e presidente entre 2007 e 2011
ANTONIO ROQUE CITADINI
Vice-presidentes
Osmar Stábile e Augusto Melo
Atividade profissional
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP)
Histórico no Corinthians
Conselheiro vitalício, vice-presidente entre 2001 e 2004 e presidente do Conselho de Orientação (Cori) entre 2005 e 2007
FELIPE EZABELLA
Vice-presidentes
Fernando Alba e Fabio Carrenho
Atividade profissional
Advogado
Histórico no Corinthians
Diretor de Esportes Terrestres entre 2007 e 2009 e secretário-geral do Conselho de Orientação (Cori) durante a gestão de Mário Gobbi
PAULO GARCIA
Vice-presidentes
Flávio Adauto e Emerson Piovesan
Atividade profissional
Empresário
Histórico no Corinthians
Conselheiro vitalício e vice-presidente de futebol em 1988
ROMEU TUMA JÚNIOR
Vice-presidentes
Ilmar Schiavenato e Luiz Carlos Bezerra (Lulinha)
Atividade profissional
Advogado e delegado aposentado
Histórico no Corinthians
Conselheiro vitalício e vice-presidente de futebol entre 1994 e 1995