Simone Biles e outras ginastas pedem US$ 1 bilhão em processo contra FBI
Por AFP
08/06/2022 às 15:30
São Paulo, SP
Nassar, de 58 anos, cumpre pena de prisão perpétua após se declarar culpado de agredir atletas sexualmente entre 2017 e 2018 quando trabalhava como médico da federação americana de ginástica (USA Gymnastics) e da Universidade Estadual de Michigan.
Centenas de ginastas acusaram o médico de cometer abusos sexuais ao longo de seus mais de 20 anos trabalhando para a USA Gymnastics.
Biles, Raisman e McKayla Maroney, medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos, estão entre as mais de 90 mulheres que apresentaram o processo contra o FBI, informou em um comunicado o escritório de advocacia que trabalha no caso, o Manly, Stewart & Finaldi.
"As autoras da ação são mais de 90 mulheres jovens e meninas que sofreram abusos depois de 2015 porque o FBI não tomou as medidas cabíveis para protegê-las", afirma a nota.
"Minhas colegas sobreviventes e eu fomos traídas por cada instituição que supostamente deveria nos proteger: o Comitê Olímpico dos EUA, a USA Gymnastics, o FBI", disse McKayla Maroney em um comunicado. "Eu tinha alguma esperança de que cumprissem sua palavra e exigissem responsabilidades ao FBI. Está claro que o único caminho para a justiça e reparação é através do processo legal" acrescentou a ginasta.
O escritório de advocacia disse que o FBI recebeu denúncias críveis em julho de 2015 sobre as agressões sexuais de Nassar, mas negligenciou o caso.
"Sem dúvida, o FBI foi grosseiramente negligente em seus deveres ao se negar a entrevistar as ginastas que estavam dispostas a falar sobre os abusos. Como resultado, Nassar continuou com seu comportamento predatório (...) entre julho de 2015 e setembro de 2016", diz a defesa das atletas.
Este processo contra FBI é aberto apenas alguns dias depois de o Departamento de Justiça dos EUA informar que não apresentará acusações contra dois agentes especiais da organização, já aposentados, que não conduziram de maneira correta a investigação sobre o médico.
No final de 2021, as vítimas de Nassar chegaram a um acordo com a USA Gymnastics, pelo qual receberam uma indenização de US$ 380 milhões, uma das maiores registradas em casos de abuso sexual.