Santos confia em voto virtual na eleição; impeachment de Peres será apenas presencial - Gazeta Esportiva
Santos confia em voto virtual na eleição; impeachment de Peres será apenas presencial

Santos confia em voto virtual na eleição; impeachment de Peres será apenas presencial

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

06/11/2020 às 05:00

Santos, SP

O Santos está confiante no voto virtual na eleição marcada para 12 de dezembro. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Teixeira, "tudo corre dentro dos conformes".

Haverá uma reunião com diretoria do Peixe, Comissão Eleitoral e autoridades na próxima terça-feira. A princípio, o pleito ocorrerá das 10h às 18h, na Vila Belmiro e na Federação Paulista de Futebol, com horário exclusivo para idosos e associados com necessidades especiais.

O voto à distância envolve custo de pelo menos R$ 35 mil. Os contratos com a Infolog, responsável pela plataforma do voto virtual, e Security Labs, encarregada da auditoria, estão assinados.

Há algumas pendências na base de sócios, mas a Secretaria Social trabalha para resolver, com auxílio de outra auditoria contratada pelo clube anteriormente - a Grant Thornton.

Recentemente, mais de 10 mil cadastros foram atualizados não apenas com o nome, mas também com CPF, data de nascimento e gênero, além de checagem de óbitos e unificação de matrículas duplas. Em vários dos casos e-mail, endereço e telefone foram acrescentados.

Das 25.449 filiações ativas auditadas pela Grand Thornton, 264 sócios foram identificados como falecidos, 116 com data de admissão anterior à data de nascimento e 95 com CPF incompatível. As inconsistências relevantes a serem resolvidas correspondem a 1,86% do total.

Se tudo correr conforme o combinado, a eleição do Santos será híbrida pela primeira vez, com voto presencial e à distância. Com base na indicação da Comissão Transitória da Secretaria Social, a Comissão Eleitoral definiu 25 mil associados com condições de votar em dezembro. O relatório de 36 páginas obtido pela Gazeta Esportiva foi assinado por Fernando Reverendo Vidal Akaoui (presidente), Roberto Diz Torres (coordenador) e Cassio Frederick Gonçalves Richter, Osvaldo Nico Gonçalves e Antonio Aguiar Teixeira.

Há oito pré-candidatos até o momento: Andrés Rueda, Daniel Curi, Esmeraldo Tarquínio, Fernando Silva, Milton Teixeira Filho, Ricardo Agostinho, Rodrigo Marino e Vagner Lombardi. Marcelo Teixeira pode ser o nono.



Assembleia para o impeachment


Os associados votarão sobre o impeachment de José Carlos Peres no dia 21 de novembro. Nesta oportunidade, porém, o voto será apenas presencial e só na Vila Belmiro.

Se o "sim" de 2/3 dos presentes persistir, Peres será impedido de vez. Em 2018, os associados salvaram o mandatário. O vice Orlando Rollo segue no comando interino.

A Comissão de Inquérito e Sindicância ratificou o parecer favorável ao impeachment de José Carlos Peres. De acordo com a CIS, o presidente afastado não apresentou a sua defesa no prazo. Peres, em contrapartida, afirma que seu e-mail corporativo está bloqueado e a notificação não chegou via Correios. O sistema do serviço de entrega aponta a carta recebida no endereço do dirigente.

"São ressentidos. Uns por não termos atendido seus interesses. Outros porque estão focados na eleição. E outros resultado do efeito manada. Não me enviaram os documentos para o amplo direito de defesa. É a ânsia de me colocar para fora do Santos. Um ódio e intolerância fora dos limites", disse Peres, à Gazeta Esportiva. 

Irregularidades


O Santos teve R$ 23,5 milhões de superávit em 2019 após a contabilização da venda de Rodrygo. O Conselho Fiscal, porém, atentou para outros fatos, como uso indevido do cartão corporativo e pagamento inapropriado de comissões em negociações.

O CF apontou apontou R$ 28.761,65 gastos por motivação pessoal e sem reembolso. Peres afirmou por várias vezes ter usado o dinheiro para reuniões ou necessidades do escritório do clube em São Paulo.

O Conselho Fiscal também ratificou a preocupação com comissões a empresários. E não obteve os documentos pedidos da venda de Bruno Henrique ao Flamengo, por exemplo.

Outro ponto importante, de acordo com o relatório do CF, é a utilização de escritório de advocacia contratado pelo Santos para defender Pedro Doria, membro do Comitê de Gestão, e também da filha do presidente José Carlos Peres.

Todas essas denúncias foram encaminhadas à Comissão de de Inquérito e Sindicância. Com os documentos, a CIS recomendou o impeachment.

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