Maus resultados de Seleção de basquete geram discursos distintos - Gazeta Esportiva
Maus resultados de Seleção de basquete geram discursos distintos

Maus resultados de Seleção de basquete geram discursos distintos

Gazeta Esportiva

Por João Varella*

27/09/2017 às 14:21 • Atualizado: 27/09/2017 às 18:00

São Paulo, SP

O evento ocorrido em São Paulo nesta terça-feira para apresentação da nova bola que será utilizada na décima edição do NBB ficou marcado pelo comparecimento de grandes nomes do basquete brasileiro. Além de atletas das equipes mais fortes do nível brasileiro, o evento contou com a presença de alguns dirigentes importantes do esporte no Brasil.

Em entrevistas exclusivas à Gazeta Esportiva, estes nomes importantes do basquete nacional comentaram sobre a péssima campanha da Seleção Brasileira na disputa da Copa América de Basquete, disputada na Colômbia, onde a equipe foi eliminada na primeira fase e graças, ao resultado ruim, ficará de fora da disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2019, que ocorrerão em Lima, no Peru.




Representando os lados dos atletas, o experiente Guilherme Giovannoni, que atualmente representa as cores do Vasco da Gama, lembrou do pouco tempo de trabalho do treinador interino, César Guidetti, com o jovem grupo utilizado no torneio.

"Temos que entender a situação. Não concordo com todas as críticas. Tivemos uma equipe nova, um técnico novo também. Eles tiveram apenas 10 dias de trabalho, isto é muito pouco tempo para se entrosar. Já era sabido que a equipe levada era para se acumular uma experiência nesse time de torneio. Temos que entender a situação e o momento antes de apenas criticar", opinou.

Com mais de 122  partidas com a seleção, o ala-pivô de 37 anos considera muito difícil o seu retorno a equipe brasileira após anunciar a sua aposentadoria da mesma em março. "Disposto a conversar sempre estamos. Mas acho que é muito complicado. Não tenho mais 20 anos e tem uma geração boa vindo ai. Temos que dar espaço e torcer pelo melhor. Acho muito difícil de ocorrer o meu retorno", confirmou.

Guilherme Filipin, ala do Mogi das Cruzes, também eximiu a culpa aos atletas jovens que representaram o Brasil na Copa América. "Temos que ter paciência. Lógico que foi um resultado muito ruim, impactante. Mas era um time novo, passando por uma reformulação, uma nova estrutura. Cabe a nós jogadores, aos diretores de clubes, gestores de ligas e federações apoiar este movimento. Estou confiante que este processo de longo prazo trará resultados. Será um processo desgastante, mas acredito que teremos bons frutos no futuro", avaliou.

Representando o lado dos dirigentes do basquete nacional, ex-treinador e agora gestor técnico e administrativo do Franca, Lula Ferreira, afirmou que o processo de reformulação será árduo, e exigirá empenho de todos os ligados ao esporte.

"Está tendo um grande esforço por todos que se dedicam à seleção. Claro que o resultado esportivo realmente não foi bom, mas quando você faz um trabalho mais improvisado, numa circunstância complicada, como ocorreu nesta Copa América, você não pode esperar um resultado esportivo muito bom. É claro, que iremos sofrer um pouco por um período. Porém temos que entender esta nova realidade e mais do que isso, temos todos que trabalhar em busca da resolução do problema. O problema não pode ser jogado apenas nos dirigentes, ou quem representa a entidade e os clubes. Por que isto pertence a todo mundo da comunidade. Não ajuda nada ficar apenas jogando pedra. É bom todo mundo arregaçar as mangas, fazer o seu trabalho que sairá um resultado melhor na Seleção Brasileira", afirmou.

Presidente da Liga Nacional de Basquete, João Fernando Rossi, considera que o péssimo resultado da Seleção não trará grandes impactos aos números da NBB. "Os resultados da Seleção Brasileira, ele já possui uma diferenciação clara ao torcedor em relação ao que acontece na Liga. Já existe um torcedor do clube, que não deixará de acompanhar o NBB por causa dos resultados ruins da Seleção. Acho que está sendo feito um trabalho de reformulação, que trará um futuro bom. Mas enquanto isso, fazemos paralelamente nosso trabalho na Liga", avaliou.

No entanto, na visão do diretor da equipe de Mogi, Akcel de Godoy, os resultados terão um forte impacto no desenvolvimento do basquete brasileiro. "Como amante do basquete brasileiro, diretor na área, obviamente que esperava muito mais da Seleção. Era esperado ao menos uma classificação ao Pan Americano. Sei que a equipe passa por um processo de reformulação e renovação, mas não podemos se dar ao luxo de não contar com nossos atletas mais experientes. Entendo que devemos fazer essa reformulação, mas ela deve ser gradativa e não algo brusco e forçado.Teremos um reflexo grande que deve impactar. Isto são resultados muito ruins e com certeza terão reflexos no processo de desenvolvimento do basquete em nível brasileiro", declarou o dirigente.

Especial para a Gazeta Esportiva*

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