Obama homenageia atletas negros que protestaram nos Jogos de 1968 - Gazeta Esportiva
Obama homenageia atletas negros que protestaram nos Jogos de 1968

Obama homenageia atletas negros que protestaram nos Jogos de 1968

Gazeta Esportiva

Por Redação

30/09/2016 às 08:07 • Atualizado: 30/09/2016 às 09:02

São Paulo, SP

US Olympic sprinters Tommie Smith (R) and John Carlos (C), who raised their fists in the air on the medal podium during the 1968 Olympics, attend a ceremony hosted by US President Barack Obama honoring the 2016 US Olympic and Paralympic teams during an event in the East Room of the White House in Washington, DC, September 29, 2016. / AFP PHOTO / SAUL LOEB
Tommie Smith (ao fundo) e John Carlos foram homenageados por Obama na Casa Branca (Foto: Saul Loeb/AFP)


O presidente norte-americano Barack Obama recebeu na Casa Branca, na última quinta-feira, os dois medalhistas olímpicos que protestaram contra a segregação racial nos Estados Unidos durante os Jogos de 1968, no México. Tommie Smith, que ganhou a medalha de ouro nos 200m, e John Carlos, medalhista de bronze na mesma prova, foram homenageados e citados por Obama como exemplos na luta contra o racismo.

Vestindo luvas pretas, os atletas levantaram os punhos no pódio olímpico, durante a execução do hino nacional dos EUA, para se manifestarem contra a perseguição aos negros no país. A simbologia do ato remetia aos Panteras Negras, um grupo de resistência do movimento negro norte-americano e que lutava pelos direitos civis.

Por conta do protesto, os atletas foram expulsos da equipe olímpica dos EUA e tiveram de voltar para casa. "O protesto silencioso e poderoso que fizeram nos Jogos de 1968 foi controverso, mas acordou as pessoas e criou uma grande oportunidade para quem veio depois", afirmou Obama.

Smith, de 72 anos, e Carlos, de 71, se levantaram em meio à audiência no momento em que foram citados pelo presidente. Além deles, o presidente homenageou Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936, na Alemanha. Na época, o país europeu estava sob o regime nazista do ditador Adolf Hitler.

(Foto: AFP)
Smith (ao centro) e Carlos (à dir.) foram expulsos da delegação dos EUA após o protesto (Foto: AFP)


Tensão racial - A ida de Smith e Carlos à Casa Branca ocorre num momento de tensão social nos EUA. A comunidade negra do país tem protestado com frequência contra as mortes de homens negros pela polícia norte-americana em condições suspeitas.

Para se manifestar contra a maneira como os casos têm sido tratados nos EUA, o quaterback do time de futebol-americano San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, tem se negado a ficar de pé durante a execução do hino do país antes das partidas. O atleta citou Smith e Carlos como inspirações para o ato, que tem angariado o apoio de outros jogadores negros da modalidade.

O protesto, no entanto, causou reações diversas na sociedade norte-americana. Grupos defensores de policiais e parte da mídia local acusam Kaepernick de não ser patriota. Para respaldar o atleta, grupos de apoio surgiram para cobrar ações semelhantes dos jogadores de basquete quando a temporada da NBA tiver início.

Medalhistas - A homenagem a Smith e Carlos ocorreu em meio à recepção de Obama aos medalhistas olímpicos do Rio 2016. Ao elogiar o desempenho dos atletas, o presidente citou a importância das mulheres na campanha que o país desempenhou no Brasil. Os EUA ficaram na primeira posição, com 46 ouros, 37 pratas e 36 bronzes.

Conteúdo Patrocinado