“Cada um pagava um dia. Aí, quando a gente ia comer de verdade, não tinha fome nenhuma. Eu ia para a casa do Geromel, e mãe dele dava bronca por isso. Mas o pior é que toda sexta-feira era peixe lá, e eu não gostava. Pô, sempre que eu vou é peixe?”, recordou Elias, às gargalhadas, em conversa com a Gazeta Esportiva.
O jogador do Corinthians agora tem um prato predileto em comum com Geromel: hambúrguer. Os dois viraram sócios de uma lanchonete – a Katz Burger House – no Itam Bibi, inaugurada na última quarta-feira em parceria com os chefes de cozinha Ricardo Di Camargo e Andrea Gonzaga. “O Geromel é um grande amigo e resolvi chamá-lo para o projeto. Quero ser bem-sucedido ao lado dele”, disse Elias.
O meio-campista gostaria de ter a companhia do antigo colega de Palmeiras também na sua principal atividade profissional. Emprestado ao Grêmio pelo alemão Colônia até julho de 2016, Geromel chegou a ser sondado pelo Corinthians no início da temporada, para repor a saída de Anderson Martins, de volta ao El Jaish, do Catar. A negociação não vingou, e o veterano Edu Dracena foi parar no clube do Parque São Jorge.
“Ainda espero jogar com o Geromel no Corinthians. Convite, não faltou. Ele já teve uma oportunidade de vir. Infelizmente, precisou cumprir o contrato com o Grêmio. Mas é um grande jogador. Quem sabe um dia a gente não possa se reencontrar aqui?”, vislumbrou Elias, cogitando também uma parceria com o amigo na Seleção Brasileira.
Enquanto não se reencontram em uma mesma equipe, Elias e Geromel matam as saudades dos tempos dos biscoitos e refrigerante por telefone. Só a disputa pelo título brasileiro – o Corinthians é o líder da competição, e o Grêmio, o terceiro colocado – virou assunto proibido. “A gente não fala de futebol. Quando conversa, é coisa de amigo mesmo, sobre a família de cada um, umas zoeiras. Temos muitos amigos em comum”, afirmou o meio-campista.
Apesar de não terem perdido contato, os dois atletas trilharam caminhos bem distintos após deixar o Palmeiras. Geromel conseguiu realizar o sonho de se profissionalizar na Europa, onde passou por Deportivo de Chaves e Vitória de Guimarães, de Portugal, e Mallorca, da Espanha, além do Colônia. Já Elias atuou no Náutico, deixou de ser atacante para virar volante sob o comando de Freddy Rincón no São Bento e ainda atuou por Juventus e Ponte Preta antes de aparecer no Corinthians. Nesse meio tempo, jogou na várzea e quase abandonou a carreira.
“Graças a Deus, deu tudo certo no final. O Geromel e eu realizamos os nossos sonhos e estamos em grandes equipes. Isso é o mais importante”, sorriu Elias, orgulhoso e ainda esperançoso de não ter somente o início de carreira em comum com o seu sócio de lanchonete, mas também o final. “Mas, jogando juntos no Corinthians ou não, história é o que não falta para a gente.”
