Demitido do Internacional na manhã desta quinta-feira, o técnico Diego Aguirre concedeu coletiva na tarde desta sexta dando a sua versão para o desligamento do Colorado. Mesmo salientando estar orgulhoso de ter treinado o time gaúcho, o uruguaio se mostrou surpreso com a sua saída a três dias do Gre-Nal. Fazendo uma análise dos sete meses em que esteve no Beira-Rio, não demonstrou arrependimento com as decisões que tomou à frente da equipe rubra.
“Eu e minha comissão técnica estamos muito tranquilos de que fizemos aquilo que entendíamos que era o melhor. Acreditamos na nossa forma de trabalho e não afastamos dela. Claro, tentamos nos adaptar a algumas coisas da cultura daqui, mas não posso mudar as coisas pelas quais me trouxeram aqui. Não podia mudar minhas convicções”, explicou.
“Logicamente cometi erros e tive acertos. Não posso olhar pra trás e ficar pensando o que teria acontecido ou não. Deixamos muitas coisas positivas para o Internacional. Talvez tenha havido uma resistência a mudar coisas que permaneciam há muito tempo. Isso causa impacto e gera uma desconfiança de que as coisas não estão certas”, completou o treinador, em referência ao rodízio de jogadores utilizado durante sua passagem pelo Beira-Rio.
Aguirre ressaltou que seu relacionamento com os jogadores era muito bom. Admitiu que o Inter descuidou do Brasileirão, mas negou que o fato de não ter atuado com titulares durante a Copa América tenha sido algo pensado como estratégia para a semifinal da Libertadores, diante do Tigres.“Não era algo que dava para evitar. Geferson e Aránguiz foram para a Copa América, Sasha, Juan e Nilmar tiveram problemas de lesão. Só aí já eram cinco titulares que eu não podia escalar”.
Sobre a direção, Aguirre classificou o relacionamento como “normal”. E não se disse triste pela demissão, mas surpreso. “Chateado, não. Fiquei surpreendido. Gostaria de ter disputado esse Gre-Nal, estou invicto em clássicos e estávamos a três dias de outro. Não entendi. Mas essas coisas não precisam de explicação”, afirmou. “Fato novo no Brasil seria o treinador tenha continuidade. Mudar treinadores faz parte da cultura brasileira. Essa pressão é uma loucura. Não acho justa a demissão, mas é cultural”, criticou.
Aberto quanto ao futuro, Aguirre descartou a possibilidade de trabalhar em um clube brasileiro agora, por conta do envolvimento que teve com o projeto do Internacional. Em sete meses no Colorado, o uruguaio sai com o título de campeão gaúcho no currículo.