Gazeta Esportiva

Felipão chega em meio à briga política e já pediu até busto para Paulo Nobre

Foto: Cesar Greco / Fotoarena

Grande parte da torcida do Palmeiras enxergou no acerto de Felipão com o Verdão um ‘escudo’ para o elenco, planejado pela diretoria em meio à vida política conturbada do clube. Declarações de Scolari ainda na China, porém, podem servir de pólvora para aumentar a turbulência.

Contratado por Mauricio Galiotte, o treinador pentacampeão mundial já pediu até um busto para Paulo Nobre, hoje rival do atual mandatário. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Felipão elogiou o trabalho do ex-presidente alviverde, que implementou mudança estrutural na equipe.

“Fiquei muito contente com o que vi no CT do Palmeiras. O que o Paulo Nobre fez pelo Palmeiras merece 50 bustos. O Palmeiras vai se tornar um dos dez maiores do mundo com certeza, e isso por causa do que o Nobre fez. Estou levando fotos para os chineses do Guangzhou para mostrar que o Palmeiras tem condições de receber nossa pré-temporada”, disse o técnico, em entrevista publicada em março de 2017.

Logo após sua apresentação, o pentacampeão foi parabenizado por Paulo Nobre, ex-presidente do clube: “Seja bem-vindo, Felipão! Que você, com sua competência e carisma, junto com os demais profissionais do departamento de futebol, consigam levar esse bom elenco do Palmeiras aos títulos que nós, torcedores, tanto esperamos (como fez em 2012)! Se tem alguém com personalidade para dar rumo ao time, esse é você!”.

A declaração de Luiz Felipe Scolari exaltando Nobre aconteceu pouco após o início do atual cenário político do Maior Campeão do Brasil. Mauricio Galiotte está no poder graças a Paulo Nobre tê-lo indiciado como sucessor. O atual presidente, foi candidato único ao final de 2016, quando Mustafá Contursi colaborou para costurar uma trégua com grupos opositores e eleger o atual mandatário. Neste raro momento, o quarteto esteve junto politicamente.

Com pouco tempo no comando do clube, porém, Galiotte rompeu com Paulo Nobre por conta da eleição de Leila Pereira ao Conselho Deliberativo. Na ocasião, além do atual presidente, a empresária teve o apoio de Mustafá Contursi, que ajudou a comprovar no CD que seu título de sócia é datado de 1996, contrariando Nobre, que tentou impugnar a candidatura dela ao cargo alegando que o título era de 2015.

Durante certo período, Leila, Galiotte e Musfatá estiveram lado a lado no Palmeiras, mas um escândalo sobre Mustafá supostamente vender de forma irregular ingressos recebidos por Leila Pereira fez com que o grupo rachasse novamente e o ex-presidente se juntasse a Nobre contra a patrocinadora, que passou a fazer duras críticas ao antigo aliado.

Na alteração do mandato presidencial, Leila/Galiotte venceram, mas a rixa vai esquentar de novo em novembro. Ainda não há chapas definidas para a disputa presidencial deste ano, mas a tendência é que o atual presidente busque a reeleição contra Genaro Marino, seu atual primeiro vice e que deverá ser apoiado por Nobre/Mustafá. Os grupos precisam da aprovação do filtro do Conselho Deliberativo para concorrerem na eleição entre os associados.

Apesar de ouvir apelos de seus correligionários para se candidatar, Paulo Nobre não está disposto a voltar a mergulhar de forma tão intensa na política alviverde neste ano. No entanto, nos bastidores do clube já se comenta que existe a possibilidade de o ex-mandatário voltar a se candidatar em 2021, já que ele, apoiado por Mustafá, é visto como o único capaz de vencer Leila Pereira.

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