Gazeta Esportiva

Colo-Colo ganhou Libertadores com cão herói e torcedor fantasma

O então jovem Gabriel Batistuta (e) participou do jogo que consagrou o cachorro Ron (Foto: Reprodução)

Às 21h45 (de Brasília) desta quinta-feira, no Estádio Monumental, o Palmeiras inicia a disputa por uma vaga nas semifinais da Copa Libertadores diante do Colo-Colo. O único título continental do clube chileno, conquistado em 1991, teve contornos folclóricos, como um cão herói e um “hincha (torcedor) fantasma”.

Há 27 anos, o Colo-Colo encarou na semifinal o Boca Juniors, defendido por Gabriel Batistuta e treinado por Oscar Tabarez. Depois de perder por 1 a 0 na Bombonera, o time chileno ganhou por 3 a 1 o jogo de volta, arbitrado pelo brasileiro Renato Marsiglia e marcado por uma batalha campal no Estádio Monumental.

Durante a briga generalizada no gramado, um cão da polícia chilena mordeu a nádega do goleiro Navarro Montoya. O pastor alemão, chamado Ron, permaneceu a serviço da corporação e foi enterrado em um cemitério canino, convertido em local de peregrinação pelos torcedores do Colo-Colo.

Torcedor fantasma tocou ombro de Luis Perez, autor de dois gols na final (Foto: Reprodução)

O torcedor fantasma
Apesar da confusão da semifinal diante do Boca Juniors, o jogo decisivo contra o Olímpia foi mantido no Estádio Monumental. O policiamento redobrado, no entanto, não impediu que um garoto invadisse o gramado para entrar na história do Colo-Colo de maneira inusitada.

Com um carrinho, o menino deslizou pelo gramado e, instantes antes da foto oficial, se posicionou diante dos 11 jogadores que 90 minutos depois conquistariam a única Libertadores do futebol chileno. No dia seguinte, o garoto de tênis brancos, calça azul e blusa amarela, com uma bandeira amarrada ao pescoço, apareceu em todos os pôsteres.

Antes de se posicionar, o menino tocou o ombro de Luis Perez, que marcou dois gols na vitória por 3 a 0 contra os paraguaios. Intrigados, os torcedores passaram a considerar a misteriosa aparição do garoto, chamado de “hincha fantasma”, como motivo de sorte.

A imprensa local procurou pelo menino nos meses seguintes ao histórico título continental, sem sucesso. Anos depois, um impostor disse ser o torcedor fantasma e teve sua história publicada por um jornal chileno de grande circulação, mas acabou desmentido.

O verdadeiro hincha fantasma, chamado também de “jogador número 12”, é Luis Mauricio Lopez Recabarren. Morador das imediações do Estádio Nacional, o pai do menino gostava de tirar fotos com jogadores famosos, entre eles Pelé, e transmitiu o costume ao filho.

Luis Mauricio tinha problemas com a lei e por isso preferiu fugir do assédio da imprensa. Em 1999, aos 24 anos, morreu de leucemia em uma prisão enquanto cumpria pena por roubo. A invasão de gramado derradeira foi na Copa América 1991, antes do jogo entre Chile e Argentina.

 

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