Gazeta Esportiva

Ex-treinador vê Itália sem identidade por ter “muitos negros” na base

Ex-técnico da seleção italiana, Arrigo Sacchi revela-se um infeliz polemista. Ao analisar as condições das equipes de base da Azzurra, ele avalia a cor da pele como fator principal que levou a seleção tetracampeã do mundo a perder identidade ao passar dos anos.

“Não sou racista”, começa Sacchi. “Mas ao olhar para o torneio de Viareggio, eu diria que há muitos jogadores negros. A Itália não tem dignidade, nem orgulho. Não é possível ver equipes com 15 estrangeiros”, declara o ex-técnico, referindo-se à competição sub-19 vencida pela Internazionale de Milão na última segunda-feira.

A má repercussão de sua declaração o fez tentar se redimir posteriormente. Sacchi garante não ser preconceituoso, apenas defende as ‘origens’ da seleção que treinou entre 1991 e 96. “Imagine se eu sou racista! Só disse que já vi um jogo com uma equipe que escalou quatro meninos de cor. Minha história é clara, eu sempre treinei equipes com diferentes tipos de cores, tanto em Milão quanto em Madri (trabalhou no Atlético durante os Anos 90). Eu só queria salientar que estamos perdendo o orgulho e identidade nacional”, repete o treinador, à Gazzetta Dello Sport.

Arrigo Sacchi ganhou fama no futebol italiano por levar a marcação em linha a outro nível durante os Anos 80. Sob seu comando o Milan venceu duas Ligas dos Campeões e dois Mundiais de Clubes entre 1989 e 90. O desempenho o levou à Azzurra, no comando da qual foi vice-campeão da Copa do Mundo de 1994 ao perder a final para o Brasil.

Declaração infeliz coloca Sacchi no centro da crescente discussão sobre o racismo na Itália (foto: Jack Guez) – Credito: AFP

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