Gazeta Esportiva

Vítor Pereira brinca com “sofrência” do Corinthians e garante que fez de tudo para jogar semi do Paulista na Arena

(Foto: Rodrigo Coca/Ag. COrinthians)

O técnico Vítor Pereira não gostou de sofrer na noite desta quinta-feira, quando o Corinthians conquistou sua classificação para as semifinais do Campeonato Paulista nos pênaltis diante do Guarani, com uma defesa de Cássio já nas cobranças alternadas, na Neo Química Arena.

“Não me digam que eu tenho que sofrer sempre assim, cara do Corinthians não é sofrimento, não”, iniciou na coletiva de imprensa após o duelo.

“Acredito que vamos ter momentos assim. Achei que não tinha necessidade de sofrer tanto e chegar aos pênaltis, ficar naquela ansiedade, não contava com isso. Batemos pênaltis no treino de quarta para preparar, mas, de qualquer forma,  (o desempenho) deveria ter resultado em mais gols para dar mais tranquilidade para o restante do jogo. Temos que corrigir o gol de bola parada. E naqueles momentos sofremos como família, torcida sofrendo conosco, a paixão que esses torcedores sentem. E aí são essas sensações, que vêm de fora para dentro, que nos levam, mesmo cansados, numa fase final do jogo, a ter a frieza e a cabeça no lugar (para vencer)”, complementou.

Ele também analisou o jogo como um todo. “Um primeiro tempo, para mim, de qualidade, com movimentos de qualidade, várias oportunidades, poderíamos ter feito dois ou três gols, com o volume de jogo, poderíamos ter ido para o intervalo. Entramos bem no segundo tempo até o momento em que eles fazem o gol e nós, a partir daí, passamos pelo fato de termos de fazer dois gols de diferença, começamos a jogar com pressa e não da melhor forma, perdemos muita bola na construção e, sinceramente, não estava nos meus planos chegar aos pênaltis. Perdemos um pouco da organização também e depois fomos aos pênaltis e aí mostramos personalidade, defendemos bem, e tenho que agradecer do fundo do coração essa torcida, que nos apoiou a todo tempo”.

Por fim, segundo ele, todas as modificações foram pensadas para fazer dois gols de diferença contra o Bugre, para decidir, em casa, a partida da semifinal, que agora será no Morumbi, já que o São Paulo venceu o São Bernardo por 4 a 1, na terça-feira.

“O jogo é feito de intenções. Quando modificamos, nós temos que perceber as intenções e a minha foi sempre dar maior dinâmica ofensiva à equipe para podermos fazer dois gols de diferença e termos nossa torcida em casa. Aquilo que fizemos durante o jogo foi no sentido de fazer gols, mas às vezes resulta e às vezes não. Nas circunstâncias do jogo, gol deles nos obrigou a fazer mais dois gols com o tempo a correr, foi jogar mais. Não resultou exatamente como pensei, perdeu um pouco da organização e também no ponto físico, admito claramente que não fomos a mesma equipe a partir do gol do Guarani. A procura do segundo gol, mas depois as coisas aconteceram dessa forma”, finalizou.

Veja outros trechos da coletiva:

Willian, Róger e Mantuan

“Willian está com problema, creio que, levou uma pancada no jogo do Palmeiras e fez um movimento hoje, estava limitado, é uma questão de lesão. Depois, o Róger, a vontade de ganhar, fazer gols, ele também pode fazer isso, (a entrada dele) foi para ter mais presença e ter em campo os jogadores para fazer os gols. Depois ele saiu, o Mantuan entrou, mas ele, por impulsividade, por uma entrada forte no joelho, ficou limitado”.

Jogar semi no Morumbi

“É um fato que eu preferia jogar em casa, à frente da nossa torcida, mas futebol é assim mesmo, às vezes há de sofrer, faz parte da vida, aprendemos mais nos sofrimentos que nas vitórias, quer em termos de carreira, quer em termos pessoais. Vamos buscar força nesses momentos para, depois, estarmos mais preparados para o futuro. Temos um clássico onde já fomos e esperamos que o resultado, dessa vez, seja diferente”.

Diferença de descanso para o São Paulo

“Diferença de dois dias (de descanso) é grande, mas não podemos nos agarrar a isso. Temos que ir lá e ganhar”.

Renato Augusto e Paulinho

“Nós temos que entender a qualidade do Renato é em termos de construção, às vezes alternando o jogador que vem embaixo para criar, o Paulinho é mais de entrada na área, o Renato gosta de vir de trás, temos que ir nas características deles. É uma realidade que eles não têm 20 anos, infelizmente, teremos que gerir da melhor forma possível no decorrer dos jogos. Hoje queria poupar um pouco, mas não tivemos essa oportunidade, tiveram que ir até o fim. Temos que ter essa atenção à idade e à capacidade de recuperação deles e de mais alguns. São jogadores acima da média, mas, quando estão cansados, perdem mobilidade e capacidade. É esse o grande desafio desse Corinthians”.

Próximo jogo

“Fundamentalmente tentar recuperá-los na medida do possível e, depois, tentar perceber, de dois dias, como eles estão e ajustar um pouco o jogo. A intenção da equipe é ter bola, jogar, pressionar, agora, temos que ser inteligentes e perceber o estado físico da equipe com dois dias a menos de recuperação e ajustar essa condição. Portanto, vamos tentar encontrar um equilíbrio entre uma coisa e outra, para chegar lá competitivos”.

Situação do Jô

“O Jô sabe que a conduta, independentemente do lado pessoal que temos, temos que separar, ele tem que aprender, claramente, que é preciso conduta profissional. É um jogador experiente e espero sinceramente que ele tenha aprendido e que não volte a acontecer, porque dizemos, na vida, que uma vez podemos errar e duas não”.

Jogadores experientes x juventude

“Relativo aos jogadores, o que eu espero é que os mais novos cresçam em termo de maturidade tática e possam ajudar a mesclar a experiência que temos com a juventude, sem perder a qualidade, mas para isso é preciso tempo, que eles evoluam e que tenham confiança, comecem a maturar taticamente, porque não podemos jogar todos os jogos com a mesma densidade e com os mesmos jogadores”.

Bolas paradas defensivas e ofensivas

“Temos trabalhado muito as bolas paradas, aliás, não me lembro de trabalhar tanto, ofensivas e defensivas. Procuramos recriar todas as situações que o adversário pode nos propor, criamos esta (do Guarani), definindo como alvo o jogador que vem por trás, a gente não podia permitir. Posso concordar que é falta de atenção, às vezes é um detalhe, erro que temos que corrigir e evoluir. Do ponto de vista ofensivo, estudamos o adversário, perceber quais são os espaços que podemos surpreendê-los, diversificar. É um processo que é feito em todos os jogos, tenho pessoas no meu estafe que trabalham para isso”.

Jogo fora x jogo em casa

“Eu quero, faz parte da minha personalidade, nunca atribuí um significado grande a jogar fora e jogar em casa. Aqui no contexto do Brasil, as torcidas têm uma influência muito grande. Gostaria muito de contar com nossa torcida, o apoio deles, mas não podemos ter uma equipe que joga de uma forma dentro e uma forma fora de casa. A preparação vai ser a mesma, tendo em consideração o desgaste físico e mental que tivemos hoje”.

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