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Mancini vira a chave do Corinthians e agora mira Libertadores: “Vamos buscar a vaga”

Foto: Rodrigo Coca

Vagner Mancini sempre foi muito cauteloso em externar objetivos para o atual time do Corinthians. Mas, depois de conseguir a segunda vitória seguida, o treinador admitiu, pela primeira vez, que a luta não é mais para se afastar da zona de rebaixamento, e sim para buscar o G6, neste momento a cinco pontos de distância depois de 26 rodadas de Campeonato Brasileiro.

“Nós temos como obrigação tentar tudo aquilo que ainda pode ser feito no campeonato, e o sonho faz parte de todo trabalho. Vamos em busca dessas vagas, sim”.

Veja como foi a entrevista coletiva de Vagner Mancini, na íntegra:

Libertadores como meta
“Não tenha dúvida que o pensamento é esse. Desde a minha chegada ao clube, nós sabíamos que teríamos várias etapas. A primeira era sair daquela situação. A segunda era dar consistência ao time. E para cumprir a primeira etapa, a gente não conseguia dar consistência e somar os pontos. O processo foi lento, mas acho que hoje estamos mudando de patamar. Duas vitórias nos dá a possibilidade de encostar no grupo de cima e espero, sinceramente, para ficar. Hoje, poderia ter sido mais fácil, diversas oportunidades desperdiçadas. Nós temos como obrigação tentar tudo aquilo que ainda pode ser feito no campeonato, e o sonho faz parte de todo trabalho. Vamos em busca dessas vagas, sim. Sempre com pé no chão, sabendo que evolução precisa de ajustes. O time jogou, marcou bem, mas precisa de ajustes, muito pelas oportunidades desperdiçadas”.

Plano para o jogo
“Levar um gol com dois minutos de jogo pode gerar uma certa ansiedade, mas vi o Corinthians tomando o gol e assumindo o jogo. Até antes do gol já tinha tido oportunidade, aí toma o gol e a equipe se coloca em campo confiante, com imposição, a agressividade de se jogar para frente. Lógico que pode gerar uma expectativa a mais quando você pede ao seu jogador que ele jogue para frente. Não sei se estamos ainda no ponto de exigir isso aos jogadores, mas a equipe foi bem. Teve o lance que sai do Cássio e sai o gol, que estava impedido. Tivemos várias oportunidades, finalizou bem algumas, mal outras, mas tudo dentro de uma normalidade. Não demos muitas chances ao Goiás, a não ser nas faltas, escanteios, jogo aéreo. É muito difícil uma equipe com tantos jogadores altos, com 1,90 metros, mas no jogo jogado a superioridade do Corinthians foi muito grande. Fico muito feliz com isso e hoje a gente já alcançou uma maneira de jogar diferente daquela na minha chegada ao clube”.

Cássio
“Saiu consciente do estádio. Graças a Deus, as informações são as melhores possíveis”.

Sistema Defensivo
“O sistema defensivo se ajustou. Uma hora ou outra a gente vai levar gols, não tem como, mas o ajuste foi feito, ele nos dá segurança, para que os volantes saiam para o jogo, os extremos, porque sabem que tem uma segurança lá atrás. É um sistema muito ajustado. Felizmente, a gente conseguiu. Falta ajustar o ataque, que também está em processo. Perdeu vários gols, é verdade, mas também é fruto desse trabalho da semana”.

Cazares
“Fez um belo jogo. Eu sinto quando tenho de tirar o Cazares. De repente, se eu não tiro, faltaria gás. Mas eu sinto, porque ele vem fazendo bons jogos, não só hoje, é um atleta que está tornando o time diferente, nos seus domínios, passes, ele consegue dar uma lustrada no jogo e fica bonito. Importante que ele tenha as funções táticas, mas é importante também que ele tenha essa plástica, porque essa plástica acaba aproximando o torcedor da gente. O Corinthians sem a bola tem de ser de entrega, determinação, soar sangue, mas com a posse de bola, tem de jogar futebol, incomodar, fazer gols, ganhar partidas, e tem de ter esse toque diferenciado. Fico feliz de falar da evolução dos jogadores. Todos. Eu estaria sendo econômico falando de dois. Hoje temos um time que joga futebol, marca bem, tem padrões definidos. No termo coletivo, todos evoluíram”.

Gabriel
“Eu peço muito aos atletas para não tomar cartão. Quando você tem um time com sequência de escalações a chance é maior de obter êxito. Tem lance que não tem como, mas tem de ser uma falta necessária. A evolução do Gabriel tem muito naquilo que eu peço aos jogadores, para que se jogue para frente. Aquele passe para trás, que dá a chance do oponente se organizar melhor, já não cabe no futebol, fica difícil quando você perde a velocidade. O meia precisa da velocidade de jogo. É um cara que antigamente só se preocupa em marcar e hoje fez um jogo muito seguro, em todos os aspectos”.

Euforia na torcida
“Euforia não faz parte do nosso dia-a-dia. Euforia só te leva a decepção. A partir do momento que você tem os pés fincados no trabalho, no ambiente, você consegue enxergar que há uma evolução a partir do momento que todos entenderam que precisávamos nos superar. Essa foi a chave. Eu não posso, agora, ficar eufórico com tudo que está acontecendo. Temos de ter a cabeça tranquila, é normal a euforia do torcedor, mas não pode ser normal a nossa euforia. Temos de ter os pés no chão para proporcionar isso ao torcedor. Acho que o Corinthians, a partir de agora, vai pensar diferente no campeonato. Mas é fundamental continuar jogando bem e fazendo o que a gente está fazendo, treino, repouso, trabalho… temos de valorizar isso e ter pés no chão”.

Atuações que geram confiança
“O fato do Corinthians estar jogando bem vai gerando confiança em todos que no dia-a-dia fazem o Corinthians. A confiança é muito importante para que todo mundo possa se superar. As atuações acaba nos dando de presente uma alegria em se fazer melhor. Mas, estamos falando de futebol. Se piscar o olho, você pode ser surpreendido. Um dos nossos sonhos é ir lá buscar uma vaga à Libertadores. Estamos distante, mas estamos convictos que podemos brigar, se continuarmos fazendo o que tem de ser feito”.

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