Gazeta Esportiva

Corinthians vai fazer um ano de jejum em antiga especialidade de Cristóvão

Vinte anos depois, técnico tem muito a ensinar aos batedores de falta do Corinthians (foto: reprodução)
Trinta anos depois, técnico tem muito a ensinar aos batedores de falta do Corinthians (foto: reprodução/A Gazeta Esportiva)

O próximo jogo do Corinthians no Campeonato Brasileiro, contra a Chapecoense, no sábado, coincidirá com o aniversário de um ano do último gol de falta marcado pela equipe. Foi do meia Jadson, com um cruzamento da ponta esquerda que a defesa do Atlético-PR não cortou, fechando a vitória por 2 a 0 no dia 9 de julho de 2015, em Itaquera.

Três décadas antes de Jadson se transferir para o Tianjin Quanjian, da China, e deixar o Corinthians carente nas jogadas de bola parada, outro atleta chamava a atenção no Parque São Jorge em razão da mesma virtude. “Cristóvão, o ‘bom baiano’, especialista em cobrança de faltas”, destacou o jornal A Gazeta Esportiva de 11 de novembro de 1986, primeiro ano em que o hoje técnico Cristóvão Borges defendeu o clube paulista.

Naquela temporada – em que o meia Marcelinho Carioca ainda estava nas categorias de base do Flamengo –, o bom baiano já conseguia cativar alguns saudosistas no Corinthians com as suas cobranças de falta certeiras. Conforme o mesmo diário apontou: “Cristóvão faz lembrar os bons tempos do clube, à época de Rivellino e Zenon. Só que tem uma característica própria de bater na bola”.

A “característica própria” não chegava a ser tão diferente do usual, de acordo com o próprio Cristóvão. “Sempre procuro bater no meio da bola e por cima da barreira. Assim, a bola ganha velocidade e, quando chega ao gol, dificulta para o goleiro fazer a defesa”, contou, naquele período.

Este gol de Jadson, que fará um ano no sábado, foi o último de falta marcado pelo Corinthians (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

A dificuldade era sentida por Carlos, goleiro que atuou pelo Corinthians de 1984 a 1988 e estava na Seleção Brasileira quando era companheiro de Cristóvão. “Ele cobra as faltas com grande perfeição. Dependendo da formação da barreira, é infalível. Já nasceu com esse dom”, elogiava. O jornal A Gazeta Esportiva complementou: “Normalmente, nas faltas em que cobra, o goleiro não tem nem sequer iniciativa para esboçar defesa”.

Como não há nem um jogador sequer no atual elenco corintiano que possua o mesmo talento de nascença, Cristóvão Borges tem estimulado ainda mais os treinamentos de cobranças de falta no CT Joaquim Grava. O lateral direito Fagner é um dos que se dedicam após as atividades coletivas, porém ainda não conseguiu ver nos jogos o resultado do seu esforço.

Já em 1986, Cristóvão dizia que mesmo ele precisava praticar bastante. “A gente tem que aproveitar todo o tempo disponível para caprichar nesse tipo de treinamento. Caso contrário, perdemos a técnica de bater na bola”, ensinava o jogador que permaneceria no Corinthians apenas até a temporada seguinte, marcando 13 gols em 58 partidas disputadas. E que, após 30 anos, teria a missão de fazer um novo cobrador de faltas surgir no clube do Parque São Jorge.

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