Gazeta Esportiva

Putin condena relatório sobre doping russo e vê interferência política

(foto: AFP 2015/ DON EMMERT)
Presidente russo lembrou a era dos boicotes olímpicos na década de 80 (Foto: Don Emmert//AFP)

 

A recomendação da Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre a exclusão da delegação da Rússia das Olimpíadas do Rio de Janeiro e das demais competições internacionais, baseada em relatório do advogado canadense Richard McLaren, revoltou o presidente russo Vladimir Putin, que condenou a decisão.

“O movimento olímpico, que joga um grande papel unificador para a humanidade, se encontra novamente à beira da divisão. As acusações contra os atletas da Rússia são baseadas em informações dadas por uma única pessoa, um indivíduo com uma reputação notória. Acusações criminais foram abertas contra ele em 2012 por violar as leis antidoping, mas não havia provas suficientes contra ele naquele momento e o caso foi arquivado”, disse o mandatário russo em comunicado oficial, relembrando também a era dos boicotes.

“Eventos recentes e a tensa atmosfera que se formou ao redor do esporte internacional e do movimento olímpico remetem, involuntariamente, à situação no começo dos anos 1980. Naquela época, muito países ocidentais, citando o envio de tropas soviéticas ao Afeganistão, boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou. Quatro anos depois, a União Soviética retaliou boicotar os Jogos Olímpicos de Los Angeles, usando o pretexto de um nível alegadamente insuficiente de segurança para a equipe soviética”, completou.

Putin vê o pedido de exclusão da Rússia do Rio 2016 e de todas as competições como uma interferência política no esporte, cujo objetivo seria denegrir a imagem de países e de pessoas.

“O movimento olímpico passou por uma séria crise e acabou dividida. Mais tarde, alguns políticos de ambos os lados admitiram que isso foi um erro. Agora, nós vivemos uma revisão dessa interferência dos políticos no esporte. Sim, a forma desta interferência mudou, mas a essência é a mesma: transformar o esporte em um instrumento de pressão geopolítica e para formar uma imagem negativa dos países e pessoas”, denunciou.

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