Gazeta Esportiva

Brasil perde para o Canadá e fica sem medalha no futebol feminino

Deanne Rose (D), jogadora do Canadá, comemora seu gol durante partida contra a Seleção Brasileira de futebol, válida pela disputa da medalha de bronze das Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016, no Brasil.

Após encantar os torcedores no início do torneio de futebol feminino dos Jogos Olímpicos, com direitos a gritos de “Marta” em jogos da equipe masculina, a Seleção Brasileira despediu-se da competição sem medalha. No início da tarde desta sexta-feira, em Itaquera, o time de Vadão voltou a mostrar ineficácia no ataque, pecou na defesa e acabou derrotado por 2 a 1 (gols de Rose e Sinclair; Beatriz descontou) pelo Canadá na disputa pelo bronze.

Diante das canadenses, o Brasil, que havia anotado oito gols nas duas primeiras rodadas das Olimpíadas, ainda ultrapassou a marca de 400 minutos sem balançar as redes – ficou no 0 a 0 com África do Sul, Austrália e Suécia, seleção diante da qual foi eliminado da briga pelo ouro nas semifinais, nos pênaltis.

Do outro lado, o Canadá festejou bastante a conquista de sua primeira medalha no futebol feminino em uma edição de Jogos Olímpicos. O Brasil tem duas pratas na história, obtidas em Atenas 2004 e em Pequim 2008, perdendo para os Estados Unidos na decisão em ambas as ocasiões.

O jogo – A Seleção Brasileira parecia animada para a disputa da medalha de bronze. Quando subiram no gramado para realizar aquecimento, as comandadas de Vadão interagiram bastante com o público de Itaquera, igualmente entusiasmado para o jogo que definiria o terceiro colocado do torneio de futebol feminino das Olimpíadas.

Quando a bola rolou, o Brasil deu sinais de que poderia alegrar ainda mais a sua torcida. Tinha mais posse de bola diante de um Canadá que, mesmo cauteloso, adotava uma postura bem distinta daquela da Suécia, muito retrancada nas semifinais dos Jogos Olímpicos.

O problema é que as canadenses, ao contrário das suecas, mostraram-se capazes de também incomodar bastante a defesa brasileira. Como aos oito minutos, quando Sinclair se apresentou para uma cobrança de falta e acertou o travessão. Errante na defesa, o Brasil tomou outros sustos na sequência, o que gerou uma bronca da goleira Bárbara em suas companheiras.

Aos 25 minutos, não houve como parar o Canadá. Lawrence puxou um contra-ataque rápido para o time da América do Norte, levando a melhor sobre Fabiana na ponta esquerda antes de fazer o cruzamento para a área. Lá dentro, Rose empurrou a bola para a rede.

O gol canadense desanimou boa parte da torcida. O jogo não havia chegado nem sequer à metade, e alguns já entoavam o coro de “eu acredito”. Outros preferiram extravasar a cada reposição de bola da goleira Lebbé, com bizarros gritos de “bicha”, além de protestar contra a árbitra romena Teodora Albon.

Dentro de campo, a Seleção Brasileira até tinha controle emocional, mas não tático. A estratégia da equipe de Vadão se resumia a jogar a bola para Marta, bem marcada, arriscar jogadas individuais, quase sempre sem sucesso. Também foram muitos os erros de passe e de domínio até o final do primeiro tempo.

Na tentativa de resolver os problemas do Brasil, Vadão sacou a apagada Cristiane no intervalo para a entrada de Debinha. Não adiantou. O jogo da sua equipe continuava a não fluir na segunda etapa, o que já começava a tirar a paciência das atletas brasileiras.

Para piorar, a Seleção Brasileira sofreu outro gol aos sete minutos. Rose foi lançada por Fleming na direita, invadiu a área e bateu rasteiro para devolver o presente que havia ganhado no tempo inicial de partida. Sinclair apareceu para completar para dentro.

Abatido à beira do campo, Vadão recorreu à troca de Andressa Alves por Poliana. A Seleção Brasileira se lançou ao ataque de maneira ainda mais desesperada, abrindo espaços para o Canadá contragolpear. Foi assim que Rose ficou com liberdade dentro da área e concluiu na trave.

Quando a maioria da torcida já não tinha mais motivação nem para gritas que acreditava, a Seleção Brasileira ainda renovou as suas esperanças. Aos 33 minutos, a bola foi lançada na área em um arremesso de lateral e desviada por Érika. Sobrou para Beatriz, que girou em cima de Zadorsky e descontou.

Com a vantagem canadense novamente em um gol, a Seleção Brasileira pressionou bastante nos minutos derradeiros de partida, empurrada pelo apoio dos alaridos histéricos vindos das arquibancadas de Itaquera. Não foi suficiente para empatar o jogo, apesar de o esforço de Marta e suas companheiras ter sido reconhecido com muitos aplausos.

FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 X 2 CANADÁ

Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 19 de agosto de 2016, sexta-feira
Horário: 13 horas (de Brasília)
Árbitra: Teodora Albon (Romênia)
Assistentes: Petruta Iugulescu (Romênia) e Maria Sukenikova (Eslováquia)
Público: 39.718 pessoas
Cartões amarelos: Andressa Alves, Marta e Rafaelle (Brasil)
Gols: BRASIL: Beatriz, aos 33 minutos do segundo tempo; CANADÁ: Rose, aos 24 minutos do primeiro tempo, e Sinclair, aos 7 minutos do segundo tempo

BRASIL: Bárbara; Fabiana, Rafaelle, Mônica e Tamires (Érika); Thaisa, Formiga e Marta; Beatriz, Cristiane (Debinha) e Andressa Alves (Poliana)
Técnico: Vadão

CANADÁ: Lebbé; Bélanger, Buchanan, Zadorsky e Lawrence; Matheson (Schmidt), Scott e Fleming; Rose (Chapman), Sinclair e Tancredi (Beckie)
Técnico: John Herdman

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