As antigas cadeiras do Pacaembu estão sendo vendidas por uma loja de móveis como objetos de decoração. O estádio, que está sendo administrado por uma concessionária privada, está passando por diversas reformas, que incluem a retirada de parte dos assentos.
No site, as cadeiras são vendidas pela Tok&Stok como peças de colecionador, exclusivas e limitadas, em dois modelos de diferentes alturas. Os valores vão de 1.499 a 1.799.
Todo o lucro obtido será revertido para a Fundação Gol de Letra. A ONG, criada em 1998 pelos ex-jogadores campeões mundiais Raí e Leonardo, é uma organização sem fins lucrativos que atua em comunidades socialmente vulneráveis na educação de crianças e jovens.
Os assentos são vendidos nas condições naturais que apresentavam ao serem retirados dos setores em que ficavam as arquibancadas amarela e laranja do estádio, que foram demolidas na reforma. Portanto, trazem diversas marcas de uso, como furos e arranhões. A concessionária responsável pelas obras afirma que a demolição não é definitiva e que setores serão reconstruídos mantendo a geometria já conhecida.
Mito! As arquibancadas laterais estão apenas passando por obras. Ao final da reforma, elas serão reconstruídas com a mesma geometria das originais. #pacaembu #obras #reforma #arquibancadas pic.twitter.com/oxS5wUrRjA
— Pacaembu Oficial (@pacaembuofc) July 20, 2022
A campanha “tem por objetivo dar um novo propósito e reutilizar as peças e materiais que seriam descartados com as obras no estádio do Pacaembu, mantendo ou até mesmo elevando a qualidade do produto original”.
Outro lado
A Concessionária Allegra Pacaembu, que administra o estádio, e a Tok&Stok divulgaram uma nota conjunta rebatendo as críticas. Elas informam que trata-se de uma iniciativa sócio-ambiental com o objetivo de enaltecer a história do futebol no estádio mais emblemático da cidade de São Paulo.
“Vale destacar que todo o lucro da comercialização será revertido para a ‘Fundação Gol de Letra’ – organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que desenvolve, desde 1998, projetos para contribuir com a educação de crianças e jovens de comunidades socialmente vulneráveis”, informou a nota oficial.
“Neste projeto, o posicionamento tanto da Allegra quanto da Tok&Stok foi no sentido de reaproveitar as cadeiras, evitando seu descarte e dando a elas um novo propósito, conectado às emoções dos torcedores. Ressaltamos, ainda, que não há qualquer restrição legal ou contratual à iniciativa”, finalizou.