Personagens - Gazeta Esportiva

05/16/2006 09:00:33
 
(Foto: Acervo/Gazeta Press)

Adolfo Campos de Araújo, fundador de A Gazeta, nasceu em 20 de novembro de 1873, na cidade de Serro (MG). Poeta simbolista e jornalista completo, Araújo estudou Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito Largo de São Francisco. Mas sua pretensão sempre foi a de montar um jornal próprio, onde pudesse se libertar do conservadorismo de sua época.

Apesar de boêmio, Araújo tinha grandes conhecimentos de português, latim e grego. Com seus amigos poetas, fundou, em 1896, o jornal A Vida de Hoje, no qual se destacavam colunas como o Cemitério Gaiato. Nela, eram apresentados versos impecáveis de crítica a personalidades e costumes da época. Sua carreira culminou com a criação de A Gazeta, que circulou, pela primeira vez, em 16 maio de 1906.

Araújo morreu no início da Primeira Guerra Mundial.


Outros donos de A Gazeta – Ao final da Primeira Guerra Mundial, Adolfo Campos de Araújo morre e deixa à sua esposa as responsabilidades de coordenar o jornal A Gazeta. Com o surgimento das dificuldades, Dona Branca, que pouco conhecia de jornalismo, passou o comando do vespertino paulistano para José Pedro Araújo, seu cunhado. Sob controle do médico, A Gazeta viveu um período de hesitação e insegurança, o que prejudicou sua tiragem.

Pouco depois, o jornal foi vendido para o advogado João Dente, que se dedicou a reerguê-lo. Apesar das contratações no campo literário, A Gazeta passava por uma crise financeira, que fez João Dente transferir a direção do jornal para o seu cunhado Antônio Augusto de Covello (na foto). Embora ótimo orador e advogado, Antônio não conseguia colocar no papel suas idéias e pensamentos.

(Foto: Acervo/Gazeta Press)

Cásper Líbero foi o primeiro empresário jornalista do Brasil, capaz de organizar o seu jornal A Gazeta de maneira a obter lucros, mas sem deixar de promover um jornalismo correto e ético.

Nascido em dois de março de 1889 e criado na cidade de Bragança Paulista, interior do estado de São Paulo, Cásper foi um homem idealista, inovador, politizado e preocupado com sua nação.

Depois de cursar os estudos primários e secundários em sua cidade natal, o jovem ingressou na tradicional Faculdade de Direito de São Paulo. Com apenas 19 anos, recebeu o diploma de bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais.

Mas, após dois anos de profissão, o então advogado decidiu abandonar o direito para se dedicar ao jornalismo.

Partiu para o Rio de Janeiro, antiga capital da República, onde conheceu Olegário Mariano, Raul Pederneiras, Luiz Peixoto e J. Carlos, que juntos fundaram o jornal vespertino Última Hora. Caracterizado por fortes críticas aos costumes da época e à política, o jornal foi fechado por ordens do Marechal Hermes da Fonseca.

Mas a desilusão não abalou os amigos que, tempos depois, criaram a primeira agência de notícias do Brasil: A Agência Americana. Mais uma vez, a falta de sucesso acabou com o negócio, que fechou as portas a menos de um ano depois de sua criação.

Após tentativas pouco gloriosas, Cásper foi trabalhar no jornal o Estado de São Paulo, chegando a diretor da sucursal carioca. Sua permanência na capital do país favoreceu-lhe o convite para ocupar o cargo de procurador da Fazenda do Estado de Mato Grosso. Porém, em 1918, Antônio Augusto Covello ofereceu-lhe o jornal A Gazeta.

Empreendedor, o jornalista aceitou o desafio e reergueu o vespertino, colocando-o como um veículo inovador para a época.

Amante do esporte, Cásper fez de A Gazeta uma difusora desta prática. Criou provas esportivas, como o Campeonato Nacional de Futebol Varzeano, a Travessia a Nado de São Paulo, os Jogos Universitários, o Popular de Tênis e, em especial, a São Silvestre e a Prova Ciclística Nove de Julho.

Na década de 40, com a difusão do rádio no país, Cásper investiu neste novo meio de comunicação e comprou a Rádio Educadora Paulista. Em 15 de março de 1943, surgiu a Rádio Gazeta.

Na manhã do dia 27 de agosto de 1943, o avião em que Cásper viajava para o Rio de Janeiro caiu na Baía de Guanabara. O acidente trágico tirou a vida do jornalista.

Antes de sua morte, Cásper deixou testamento, no qual prescreveu que seus bens deveriam ser destinados à criação de uma fundação. Tinha como objetivos principais assegurar o futuro e a prosperidade de seus veículos: A Gazeta, A Gazeta Esportiva e a Rádio Gazeta. A Fundação Cásper Líbero, que administra seus bens, atendeu ao desejo de Cásper e criou a primeira escola de Jornalismo do país. A Faculdade Cásper Líbero e TV Gazeta, já imaginada pelo jornalista, foram alguns dos muitos legados deixados por Cásper Líbero.



×