Gazeta Esportiva

Ex-jogador do Corinthians relata drama na Itália e saudade da família

Foto: Divulgação

Em 2016, Gabriel “Espeto” deixou o time Sub-20 do Corinthians por causa de divergências contratuais e resolveu arriscar a carreira na Itália. A caminhada árdua tem dado bons resultados ao ex-lateral direito, que agora é meia atacante e conhecido pelo sobrenome Strefezza.

Atualmente, o brasileiro de 22 anos defende o SPAL e mora em Ferrara, na Itália. Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva por vídeo-chamada, Strefezza comentou a experiência de estar vivenciando tão de perto o drama do país que detém o maior número de vítimas em função do coronavírus.

“Aqui começou em fevereiro a situação do corona, mas ninguém levou a sério. O presidente tinha falado na TV que quase no final de abril pretendia fechar todos os lugares, as escolas, tudo, e o povo não levou a sério. Agora, piorou, todo dia tem 300, 400 mortos aqui na Itália”.

Recluso há 10 dias em casa, a revelação das categorias de base do Timão tem se utilizado da internet para fazer compras e não esconde o receio com a possibilidade de alimentos básicos começarem a faltar.

“Sim, dá medo, mas, a gente comprou só o necessário para se manter bem esses dias”, explicou.

Fora as consequências técnicas e profissionais devido a paralisação de tudo que envolve o futebol, Gabriel Strefezza também tem tido de lidar com a distância da família. Pessoas que ele não tem ideia de quando reencontrará por causa da pandemia.

“Moro com minha mulher e filha, que hoje tem 5 anos. Minha mãe e minha vó iam vir para cá, eu já tinha comprado passagens para elas e tudo. Quando aconteceu isso, cancelei”, contou.

“Sempre vou em maio para o Brasil, então, como não devo ir dessa vez, vai fazer um ano que estou sem ver ninguém e não sei nem quando vou para casa. A saudade bateu mais forte”.

Na quinta-feira, os italianos estimaram a retomada da Série A para o início de maio. Não há nenhuma garantia de que o plano será viável e Strefezza entende que os jogadores precisarão de mais tempo para uma preparação ideal.

“Difícil, a gente nunca passou por isso. Não poder sair, treinar… Eu treino em casa, mas vai ser difícil. Acho que a gente vai precisar de pelo menos uns dois meses de pré-temporada, treinos intensos, para pegar o ritmo de novo”.

A verdade é que ninguém pode cravar nada nesse momento. Todo cuidado é pouco e Gabriel Strefezza, por ora, está fazendo sua parte ao se manter em quarentena em um país que foi atingido em cheio pelo covid-19.

 

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