Estilo olímpico - Gazeta Esportiva
Luiza Cardoso, Leonardo Pimentel, Arthur Lopes e Rebeca Alves*
São Paulo, SP
11/22/2019 14:05:26
 

A inclusão do skate no programa dos Jogos de Tóquio 2020 mudou o cenário da modalidade mundialmente. Com a corrida olímpica já em curso, a Confederação Brasileira de Skate (CBSK) está otimista e vê chance de medalhas para uma geração que tem como um de seus integrantes o jovem Matheus Hiroshi.

A última edição do Mundial de Skate Park, realizada em São Paulo, fez Hiroshi mudar de planos. De maneira inesperada, o jovem de 18 anos conseguiu a classificação à final e terminou no oitavo lugar, resultado que colocou a vaga nos Jogos Olímpicos no radar.

“Antes desse evento, não tinha muito esse foco, mas, depois de ter me dado bem, mudei e estou focando, principalmente, o lado das Olimpíadas. Venho treinando para conseguir uma vaga. Espero conseguir”, afirmou Hiroshi, que trata o skate como estilo de vida.

Eduardo Musa, presidente da CBSK, percebeu claramente a maior visibilidade alcançada pelo esporte após a inclusão no programa Olímpico. Formada por 21 atletas, a Seleção Brasileira é amparada por uma comissão com consultores técnicos, fisioterapeutas, psicólogos, médicos e observadores técnicos.

“Nosso primeiro objetivo é a classificação do limite máximo de 12 atletas. Como entendemos que o Brasil é sempre favorito no skate, a partir do momento em que classifiquemos os 12, consideramos que todos terão condições técnicas de brigar por medalhas”, apostou Musa, lembrando que a corrida olímpica termina em 31 de maio.

Hoje parte dos Jogos, o skate surgiu na Califórnia durante os anos 1960 como diversão para surfistas em dias de poucas ondas e já viveu dias de marginalidade. Na década de 1970, por exemplo, chegou a ser proibido na Noruega por conta das lesões que causava, o que levou os locais a montarem pistas nas florestas para escapar da polícia.

Selecionado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com o objetivo de atrair uma audiência jovem aos Jogos, a modalidade que tem como ícones Tony Hawk, Steve Caballero e Rodney Mullen possui uma cultura própria. Muitos, inclusive, associam o skate a um estilo de vida particular.

“Eu espero que seja legal e que não seja tão fora da cultura do skate”, disse Hiroshi, transparecendo certo receio com as consequências da inclusão da modalidade nos Jogos. “Apesar de ter entrado nas Olimpíadas, o skate continua sendo um estilo de vida”, acrescentou, de olho na chance de levar seu estilo a Tóquio em 2020.

*Alunos da Faculdade Cásper Líbero